Satélites da Tailândia e do Japão detectam mais objectos no Sul do Índico

Buscas por ar foram novamente suspensas devido ao mau tempo naquela área do oceano Índico.

Foto
Avião japonês envolvidos nas buscas regressa à base, em Perth Rob Griffith/AFP

As buscas por ar ao avião da Malaysia Airlines foram novamente suspensas devidos às más condições atmosféricas no Sul do Índico. Mas do espaço continuam a chegar dados que indiciam que o voo MH370 terminou a sua viagem naquela região: um satélite tailandês detectou cerca de 300 objectos a flutuar no oceano – o maior número de fragmentos já associados ao Boeing desaparecido desde dia 8.

Segundo a agência tailandesa que gere os satélites do país (GISTDA), os objectos detectados têm entre dois e 16 metros e estão dispersos numa área com várias centenas de quilómetros, a 2700 km da cidade australiana de Perth, que tem servido de base à operação internacional de resgate. A área, adianta a mesma fonte, fica a cerca de 200km da zona onde imagens captadas no domingo por um satélite da Airbus Defence and Space identificaram 122 fragmentos a flutuar e que se admite também poderem pertencer ao avião.

“Nós não podemos confirmar, nem ousamos confirmar, que são destroços do avião”, afirmou Anond Snidvongs, director executivo da GISTDA, revelando ainda que as imagens foram colhidas na terça-feira, mas só no dia seguinte foram analisadas – um desfasamento que é habitual, mas que, face às condições meteorológicas naquela zona do Índico tem dificultado a localização dos objectos identificados nas imagens.

Mais recentes são as imagens captadas quarta-feira por um satélite japonês numa área não muito distante, situada a 2700 km de Perth. Segundo a agência de notícias Kyodo, nas imagens são visíveis dez objectos, o maior dos quais com oito metros de comprimento, admitindo-se também que possam pertencer ao Boeing 777 da Malaysia Airlines.

Nesta quinta-feira de manhã, onze aviões – seis militares e dois civis – partiram de Perth para mais um dia de missão, mas a operação foi suspensa pouco depois de terem chegado à região das buscas. “Ainda lá estiveram algum tempo, mas não valia a pena continuar porque a visibilidade era mínima”, disse à BBC o porta-voz da Autoridade Marítima de Segurança Australiana (AMSA), que coordena as buscas.

O mau tempo deve manter-se nas próximas 24 horas, adianta a agência. “As previsões para a área são de chuva gelada, grande turbulência e visibilidade quase zero. Todas as tripulações estão a regressar e todas as saídas foram canceladas”, explicou o comandante do avião norte-americano de vigilância submarina Poseidon P8.

No mar, e apesar das enormes vagas que continuam a fustigar a zona, continuam um navio da Marinha australiana, a que se juntaram nos últimos dias quatro embarcações chinesas, incluindo um quebra-gelos. A vastidão da área, numa das zonas mais remotas do planeta, e as más condições atmosféricas estão a dificultar a operação, não tendo até agora sido possível localizar nenhum dos objectos avistados a partir do ar, sem os quais não é possível provar a tese oficial de que o avião se despenhou naquela região do Sul do Índico, sete horas depois de ter mudado a sua rota e desaparecido dos radares. O avião, que transportava 227 passageiros e 12 tripulantes, fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim.

Sugerir correcção
Comentar