Salário do Presidente chinês sobe 60% e fica em 1580 euros

Pequim quer regular a remuneração dos funcionários públicos e das empresas estatais.

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O Presidente chinês (com a mulher, Peng Liyuan) ganha 1580 euros, mas tem subsídios de cargo AFP

As autoridades chinesas decidiram aumentar o salário dos sete membros do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista, o órgão mais poderoso do país. O Presidente, Xi Jiping, por exemplo, terá um aumento de 60%, pelo que o seu salário passará a ser de 1580 euros.

Desde 2006 que os salários dos dirigentes não eram revistos, e a notícia foi dada nesta terça-feira pelo jornal oficial China Daily, que cita o Ministério dos Recursos Humanos e Segurança Social.

O jornal diz que os salários baixos da função pública estão a levar muitos a abandonarem os serviços, procurando colocações no sector público, mais bem pago. Xi, como Presidente, está no topo da tabela, com uma remuneração fixa de 11.385 yuan; no pólo oposto, o funcionário público com menor remuneração ganha 1320 yuan por mês (183 euros). Não se pense, porém, que este é o único rendimento de Xi. Todos os funcionários recebem um montante mensal, não divulgado, em subsídios que diverge em função do cargo que exercem.

Durante décadas, ser funcionário público era uma posição de prestígio na China. Ainda é, mas cada vez menos, sobretudo desde que a guerra do Presidente à corrupção tornou perigoso o jogo da troca de favores. Xi prometeu procurar "as moscas" e "os tigres", deixando claro que na sua guerra à corrupção tanto seriam investigados e punidos os funcionários nos postos mais baixos como os nos postos mais elevados.

No ano passado, a agência noticiosa estatal Xinhua anunciou que o Governo decidira reduzir os salários dos funcionários públicos e controlar as despesas de representação dos funcionários das empresas estatais. Pouco depois, o China Times referia que esses cortes seriam de 30% e que o salário dos funcionários de topo destas empresas não poderia exceder oito vezes o da média dos trabalhadores.

Agora, o mesmo jornal diz que haverá ajustes regulares nos salários da função pública – de dois em dois anos. "Os ajustes nos salários não têm apenas que ver com aumentos. Prendem-se com a vontade de se adoptar um sistema salarial científico que mede as tarefas dos funcionários e a carga de trabalho que têm quer trabalhem para o Governo quer para uma empresa [estatal]", disse ao China Daily Yang Yansui, director do centro de emprego e segurança social da Universidade de Tsinghua.

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