Raides com drones americanos no Iémen matam 68 suspeitos de terrorismo

Os alvos foram um campo de treino da Al-Qaeda e um veículo onde viajaria um destacado dirigente daquela rede.

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O Presidente do Iémen defende o uso de drones na guerra contra a Al-Qaeda Ahmed Jadallah/Reuters

Pelo menos 68 pessoas, suspeitas de serem membros da rede terrorista Al-Qaeda, foram mortas no Iémen numa série de ataques de drones. Foi uma operação conjunta americana e iémenita destinada a prevenir atentados, explicou o Governo local.

"Esta operação sem precedentes foi realizada na sequência de informações segundo as quais a Al-Qaeda preparava ataques contra instalações vitais, militares e de segurança, e contra interesses estrangeiros no Iémen", disse à AFP um alto responsável iémenita.

Desde domingo, drones atacaram três zonas dominadas pela Al-Qaeda no Centro e no Sul do Iémen. Na noite de domingo para segunda-feira, três membros da organização, um deles suspeito de ser o chefe de uma célula, foram mortos por um drone que atacou uma viatura na província de Chabwa (Sul), disse um responsável local.

Testemunhas disseram que, depois do ataque, um comando não identificado que chegou de helicóptero recolheu os corpos carbonizados dos suspeitos. "A operação indica que um dos mortos poderia ser um importante chefe da Al-Qaeda", disse uma testemunha.

Mas o ataque mais espectacular visou, no domingo, um campo de treino. "Muitos elementos de diferentes nacionalidades morreram", disse o ministro da Defesa do Iémen.

Um alto responsável que pediu o anonimato disse que caças-bombardeiros MiG-29 do exército iémenita participaram no raide ao campo de treino em Wadi Ghadina, uma zona montanhosa da província de Abyane, junto à província de Chabwa. Os raides duraram três horas.

No sábado, noutra operação contra a Al-Qaeda, na região central de Baïda, os bombardeamentos dos drones mataram três civis. Em Março, o Presidente Abd Mansour Hadi defendeu o uso de drones na guerra contra os terroristas e reconheceu que as operações poderiam causar danos colaterais, mas disse que os erros seriam "limitados".

Segundo os serviços secretos americanos, o ramo iémenita da Al-Qaeda é o mais activo. Num vídeo recente, a Al-Qaeda do Iémen mostrou dezenas de combatentes de cara descoberta a chegarem em veículos todo-o-terreno a uma prisão de Sanaa e a libertarem vários terroristas que estavam presos. No filme, o chefe da Al-Qaeda na península arábica, Nasser Al-Wahichi, diz que "a guerra contra os cruzados vai continuar em todo o mundo".

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