Pena de morte para autor de atentado de Fort Hood

Júri decide por unanimidade pela condenação à pena capital. Se Obama a aprovar, será a primeira execução de um militar americano nos últimos 52 anos.

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Nidal Hassan admitiu as mortes mas manteve o silêncio durante a maior parte do processo DR

O antigo major do exército americano Nidal Hasan foi condenado à morte pelo seu ataque na base militar de Fort Hood, no Texas, em que matou 13 pessoas.

A condenação foi decidida por um júri militar, após uma deliberação de pouco mais de duas horas.

Hasan tinha sido condenado por 13 crimes de homicídio premeditado e 32 acusações de tentativa de homicídio premeditado, cometidos em Novembro de 2009. Para se ter chegado à pena de morte, quer dizer que a opinião do júri foi unânime – bastaria um voto contra e Hasan seria condenado a prisão perpétua.

Durante o julgamento, Hasan, que era psiquiatra no exército, encarregou-se da sua defesa. Mas manteve o silêncio e não apresentou testemunhas ou argumentos abonatórios. Quanto ao motivo do crime, disse apenas um dia que tinha disparado contra os militares na base para “proteger os taliban”.

Se a pena for aprovada pelo Presidente, Barack Obama, Hasan, que fará 43 anos a 8 de Setembro, será o primeiro soldado americano a ser executado nos últimos 52 anos na sala da pena capital em Fort Leavenworth, Kansas.

Os advogados nomeados pelo tribunal que Hasan acabou por rejeitar tinham dito que ele procuraria uma pena de morte como forma de “martírio”.

O procurador que pediu a pena de morte argumentou contra esta ideia: “Ele não vai acabar com a sua vida – nós é que lhe vamos tirar a sua vida”, disse Michael Mulligan. “Este não é um presente para Deus, é a sua dívida para com a sociedade”, continuou, concluindo: “Ele não é, nem nunca vai ser, um mártir. É um criminoso. É um assassino a sangue frio.”

Hasan atingiu soldados num centro de avaliação pelo qual passam antes da deslocação para as guerras do Afeganistão ou Iraque. Segundo a acusação, preparou cuidadosamente o ataque, durante semanas. Disparou um total de 146 balas antes de ser atingido a tiro por um polícia, que o deixou paralisado da cintura para baixo.
 

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