Países africanos indicam preferido dos golpistas da Guiné para Presidente de transição

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Manuel Serifo Nhamadjo prepara Governo sem PAIGC Issouf Sanogo/AFP

Os golpistas que, a 12 de Abril, afastaram o Presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, tinham já manifestado preferência pelo nome de Nhamadjo, um dissidente do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), o partido do Governo.

Manuel Serifo Nhamadjo - que se candidatou nas eleições presidenciais contra Gomes Júnior, o mais votado na primeira volta, a única realizada antes do levantamento militar - disse na altura não ter sido convidado para o cargo. Na noite passada anunciou que inicia esta sexta-feira consultas para formar um governo de transição, do qual o PAIGC já se demarcou.

O nome de Nhamadjo, que obteve cerca de 15% nas eleições, foi divulgado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, Nurudeen Muhammad, após uma longa reunião que, na noite de quinta-feira, juntou militares e políticos guineenses e também o ministro dos Estrangeiros da Costa do Marfim, que preside actualmente à CEDEAO.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Gomes Júnior, Djaló Pires, considera que o período de transição preconizado pela CEDEAO legitima o golpe. As outras organizações Internacionais, designadamente o Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, defendem a "restauração imediata da ordem constitucional" e o regresso ao poder do Governo democraticamente eleito.

Gomes Júnior e Raimundo Pereira, que estiveram duas semanas presos na Guiné, foram depois levados para a Costa do Marfim, por acordo entre a CEDEAO e os militares golpistas.

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