Países africanos aprovam envio de força militar para Bissau
Os países da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) decidiram enviar forças militares para a Guiné-Bissau – e também para o Mali – para apoiarem os processos de transição após os recentes golpes de Estado.
No caso da Guiné-Bissau, a cimeira extraordinária de chefes de Estado da CEDEAO, que na quinta-feira se realizou em Abidjan, aprovou o “envio com efeito imediato de um contingente” de “500 a 600 homens” fornecidos por quatro países: Nigéria, Togo, Costa do Marfim e Senegal.
O objectivo da missão é acompanhar a retirada da missão angolana que estava na Guiné, há cerca de um ano, e “apoiar a securitização do processo de transição”.
A transição deve prolongar-se por um ano e culminar com eleições, segundo a organização africana.
A CEDEAO exige a “restauração imediata da ordem constitucional” e lançou um ultimato de 72 horas ao “Comando Militar”, sob pena de imposição de sanções diplomáticas e económicas ao país e de “sanções individualizadas”. Fica em aberto a possibilidade de recurso ao Tribunal Penal Internacional.
É também exigida a “libertação imediata e sem condições” do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e do Presidente interino, Raimundo Pereira, detidos no golpe.
Em Abdijan esteve uma delegação do Comando Militar, que se reuniu com os ministros dos países da África Ocidental.
Para o Mali, onde um golpe, a 22 de Março, acelerou a tomada do norte do país por rebeldes tuaregues e grupos islamistas, a CEDEAO decidiu igualmente o envio “imediato” de uma força regional que terá 3000 a 5000 efectivos, segundo um diplomata ocidental citado pela Reuters.