Oposição e Presidente da Venezuela aceitam falar sobre a crise política no país

O encontro está marcado para esta terça-feira, mas Maduro ainda não disse se está de acordo com as condições.

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Nicolás Maduro disse estar "ansioso" para se sentar á mesa com a oposição Reuters

A oposição venezuelana anunciou estar disponível para, esta terça-feira, reunir com o Presidente e discutir uma solução para a crise política que o país vive há meses. Nicolás Maduro aceitara, também, o encontro para onde a oposição leva uma série de condições.

A reunião entre a oposição e o Governo foi negociada, durante dias, por representantes da União das Nações Sul Americanas (Unasur), que emergiram como mediador do conflito político-social venezuelano.

Numa reviravolta que os analistas dizem ter sido inesperada, Maduro - que começara a aplicar um plano de resposta à contestação, a que o Governo chama de golpe de Estado - aceitou o encontro com a oposição, depois de um encontro com os delegados da Unasur. Estes conversaram, depois, com os grupos políticos que combatem o regime (chavista, de inspiração socialista marxista).

Na segunda-feira à noite, em Caracas (a capital da Venezuela), representantes da Mesa de Unidade Nacional (MUN, que agrega os partidos) ouviram os argumentos dos outros países da região. Henri Falcón, secretário-geral da Acção Democrática, anunciou no final que toda a oposição iria ao palácio presidencial reunir com o Governo, incluindo representantes da Vontade Popular, o partido mais radical na luta ao chavismo, cujo líder, Leopoldo Lopez, está preso.

Já na manhã desta terça-feira, a MUN explicou, em comunicado, que a oposição, em bloco, estabeleceu uma agenda para facilitar a conversa - no fundo, uma série de condições: uma lei que amnistie todos os presos políticos, a criação de uma Comissão Nacional para a Verdade verdadeiramente independente (Maduro criou uma que a oposição considera não servir), a desmobilização dos grupos paramilitares que enfrentam os manifestantes que há meses protestam nas ruas contra a carestia de vida e a escassez de bens, e um compromisso para uma "renovação equilibrada dos poderes públicos".

Para já, nem Maduro nem outro membro do Executivo comentou estas condições, o que, disse a porta-voz da Vontade Popular, Maria Corína Machado, é essencial para o diálogo. 

O Presidente fez apenas um comentário à notícia que, aliás, deu à porta do palácio presidencial: "Estou pronto e também ansioso para me sentar cara a cara com os elementos da oposição". O ministro dos Negócios Estrangeiros, Eliás Jaua, deitou achas na fogueira ao dizer, na manhã desta terça-feira, que a reunião com a oposição iria servir "para pôr fim a esta corrente de violência extremista, que tanta dor e sofrimento causaram no nosso povo".
 

  



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