Netanyahu ordena a "ampliação significativa" da ofensiva terrestre na Faixa de Gaza

Operação já matou pelo menos 19 palestinianos e um militar israelita. Desde o início do conflito foram mortos 260 palestinianos, entre os quais dezenas de mulheres e crianças, e dois israelitas – um civil e um militar.

Foto
O mais recente conflito entre Israel e o Hamas começou há 11 dias THOMAS COEX/AFP

Nas primeiras horas da ofensiva terrestre israelita na Faixa de Gaza foram mortos pelo menos 19 palestinianos e foi registada a primeira morte de um militar do lado de Israel desde o início do conflito, há 11 dias. Eitan Barak, um sargento de 20 anos de idade, pode ter morrido por tiros disparados por soldados israelitas.

Os principais pontos da primeira fase da ofensiva israelita centraram-se no Sul do território palestiniano, em Khan Yunis e Rafah, e no Norte, perto da fronteira com Israel. O posto de Erez, único ponto de passagem entre a Faixa de Gaza e Israel, foi encerrado pelas autoridades israelitas.

Na manhã desta sexta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamín Netanyahu, ordenou ao Exército para intensificar a operação. "Dei instruções para se prepararem para ampliar significativamente a operação por terra e o Exército está a responder a essa ordem", disse Netanyahu aos jornalistas depois de mais uma reunião do seu gabinete de segurança.

A agência de notícias AFP descreve Gaza como uma cidade-fantasma, com as ruas completamente desertas. Nas primeiras horas desta sexta-feira a situação era de alguma calma, mas a noite foi palco de violentos confrontos.

O objectivo da ofensiva terrestre de Israel é destruir os túneis subterrâneos construídos pelo Hamas para permitir a entrada no território de mercadoria, dinheiro e armamento. O movimento islamista controla Gaza desde 2007.

De acordo com o Exército israelita, as suas forças "neutralizaram 14 terroristas" numa troca de tiros, destruíram 20 lança-rockets, lançaram nove ataques em túneis e alvejaram "outras instalações de terroristas". Do lado palestiniano, o Hamas fala em 19 mortos, sem distinguir entre civis e combatentes.

A ofensiva terrestre, lançada na quinta-feira à noite, surgiu ao fim de dez dias de ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza, em resposta ao lançamento de rockets pelo Hamas, segundo o Governo de Israel. De acordo com fontes médicas palestinianas, em menos de duas semanas foram mortos 260 palestinianos e 1770 ficaram feridos, a esmagadora maioria civis – a ONU estima que 80% dos mortos eram civis, entre os quais dezenas de mulheres e crianças.

Do lado israelita morreram um civil e um militar – o primeiro morreu depois de ter sido atingido por estilhaços de um rocket lançado pelo Hamas em direcção ao posto de Erez, na quarta-feira; e o segundo morreu na noite desta quinta-feira, durante a ofensiva terrestre, mas as autoridades admitem que poderá ter sido vítima de "fogo amigo", avança o jornal Yedioth Ahronoth.

Apesar de continuar a acusar o Hamas de lançar ataques de forma indiscriminada contra civis israelitas (que têm sido travados pelo sistema de defesa de Israel), a Administração Obama fez na quinta-feira críticas à operação militar israelita.

"Os acontecimentos trágicos deixam claro que Israel deve tomar todas as precauções possíveis para fazer com que os civis não sejam mortos. Vamos continuar a reforçar este ponto junto de Israel", disse a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki.

 

Sugerir correcção
Comentar