Marinha italiana assumiu controlo de navio à deriva com 450 imigrantes a bordo

É o terceiro caso de resgate de navios de grandes dimensões em poucos dias. Ezadeen foi abandonado com o motor bloqueado, a funcionar na máxima potência.

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Caso do Ezadeen parece semelhante ao do Blue Sky M (na foto), no início da semana

As Marinha italiana assumiu o controlo de um navio mercante deixado à deriva com cerca de 450 imigrantes a bordo, com as máquinas avariadas e abandonado pela tripulação, junto à costa de Itália.

Seis homens da guarda-costeira foram transportados de helicóptero para o navio e assumiram o controlo do Ezadeen, embarcação com 73 metros de comprimentos com pavilhão da Serra Leoa, informou na manhã desta sexta-feira a guarda-costeira.

Na altura, o navio encontrava-se a cerca de 37 quilómetros ao largo da Calábria, Sul de Itália. A bordo seguem homens, mulheres e crianças

Sem a intervenção italiana, o navio, abandonado com o motor bloqueado, a funcionar na sua máxima potência, iria embater nos rochedos do litoral, informou anterioremte a guarda-costeira italiana. “Foi evitada uma hecatombe”, escreveu no seu twitter.

“Devido às difíceis condições meteorológicas, só pode ser abordado por ar”, informara a Força Aérea italiana, que lançou uma operação de salvamento.

Este é o terceiro caso de resgate de navios de grande porte em poucos dias. No passado dia 20 de Dezembro, a guarda-costeira italiana socorreu ao largo da Sicília cerca de 800 pessoas, maioritariamente sírios, a bordo de um cargueiro de 70 metros abandonado pela tripulação, que activou o piloto automático.

Na terça-feira, o Blue Sky M, navio de mercadorias de pavilhão moldavo sem tripulação, que transportava mais de 760 pessoas – outras indicações referem 900 pessoas – foi resgatado pela Marinha italiana, perto da ilha grega de Corfu, quando se aproximava da costa rochosa.

Segundo um site especializado em tráfego marítimo, o Ezadeen teria partido de Chipre tendo como destino oficial o porto de Sète, no Sul de França.

Um dos passageiros conseguir pôr o rádio a funcionar e informou a guarda-costeira que a tripulação tinha abandonado o navio. A guarda-costeira alertou um patrulheiro islandês que se encontrava na zona em missão para a Frontex – agência da União Europeia para a vigilância fronteiriça – mas o mau tempo tornou impossível uma abordagem por mar.

Há anos que a Itália é confrontada com um grande afluxo de imigrantes que viajam clandestinamente e procuram chegar à Europa pelo Mediterrâneo, correndo perigo de vida. Em muitos casos usam pequenas embarcações mas as situações mais recentes envolvem navios de grande dimensões.

O total de entradas no país ultrapassou em 2014 as 160 mil, uma média de 450 pessoas por dia, na sua maioria sírios e eritreus.

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