Milhares de pessoas no funeral de Michael Brown, o adolescente morto pela polícia nos EUA

"Se Darren Wilson [o polícia que matou o adolescente] não for acusado, vai haver um levantamento.

O pai de Michael Brown à chegada ao Friendly Temple
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O pai de Michael Brown à chegada ao Friendly Temple AFP
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Milhares de pessoas esperaram à porta da igreja AFP
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Funeral de Michael Brown AFP

A família pedira um dia de paz e a população que quis participar no funeral de Michael Brown correspondeu. Esta segunda-feira, milhares de pessoas desfilam perante o caixão do adolescente morto pela polícia em Fergunson, no Missouri (EUA), e o ambiente era de grande pesar mas de calma, relatam os correspondentes das agências noticiosas.

Michael Bown, de 18 anos, foi morto a tiro no dia 9 de Agosto depois de ter sido mandado parar pela polícia que o viu a andar no meio de uma rua. Estava desarmado e uma autópsia independente revelou que foi atingido por vários tiros, alguns na cabeça.

Um crime de raça, disse a comunidade de Fergunson, maioritariamente negra (como Brown), que saiu para a rua em protesto. Nos últimos dias, a violência abrandou. E no domingo, o pai de Michael Brown pediu calma à população: "Amanhã, a única coisa que quero é paz".

Os que quiseram participar no funeral esperaram, em longas filas, até poderem entrar na igreja baptista Friendly Temple, onde estava o corpo de Michael Brown. Ao lado, duas grandes fotografias suas e uma mais pequena, de quando era criança. Um dos seus primos, Eric Davis, foi uma das pessoas que falou na cerimónia: "Basta - disse. Basta de vermos os nossos irmãos e irmãs mortos nas ruas. Ouçam a nossa voz: Basta de mortes sem sentido".

Dois líderes da luta pelos direitos civis, Al Sharpton e Jesse Jackson, assistiram à cerimónia, mas o governador do Missouri, Jay Nixon, não compareceu. O Presidente Barack Obama enviou três representantes. Sharpton também pedira a todos para se manterem calmos dizendo que o dia não era de "raiva" mas um momento de "lembrar Michael Bown, o seu legado e memória".

Apesar da calma neste dia de funeral, ainda há raiva e descontentamento em Ferguson, relata o enviado da BBC à cidade. "Se Darren Wilson [o polícia que matou Brown] não for acusado, vai haver um levantamento", disse uma das pessoas que foi ao funeral.

O caso já começou a ser ouvido por um júri constituído por habitantes de Ferguson, mas o procurador público já disse que esta primeira fase do processo poderá demorar até Outubro.

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