Líder da pirataria da Somália detido em Bruxelas

Abdi Hassan foi responsável por alguns dos sequestros mais impressionantes no Corno de África. Detenção foi o culminar de uma operação secreta da polícia belga.

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O petroleiro "Sirius Star" foi um dos que foram assaltados pelos homens de Mohamed Abdi Hassan AFP
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Mohamed Abdi Hassan anunciou em Janeiro que se reformava da vida de pirataria Tony KARUMBA/AFP

Mohamed Abdi Hassan, considerado o chefe número um da pirataria na Somália, foi detido este fim-de-semana no aeroporto de Bruxelas, de acordo com o diário De Standaard, e levado para Bruges, onde se encontra detido à espera de julgamento.

Também conhecido como “Boca Grande” – Afweynei, em somali –, Hassan é suspeito do sequestro do navio belga Pompei, em 2009, e foi descrito pelas Nações Unidas “como um dos líderes mais notórios e influentes” da pirataria no Corno de África.

Os investigadores belgas envolvidos na operação de detenção fizeram passar-se por uma equipa de produção alegadamente interessada em fazer um documentário inspirado na vida de Abdi Hassan, explicou ontem o procurador federal Johan Delmulle. O contacto foi feito através de Mohamed M. A., também conhecido por “Tiiceey”, um antigo governador da província somali de Himan e Heeb. “Depois de pacientemente terem começado uma relação de confiança com Tiiceey, e através dele com Afweynei, o que levou vários meses, ambos estavam preparados para participar neste projecto [do filme]”, explicou Delmulle, citado pela Reuters.

Tiicey, que terá sido cúmplice nas operações de pirataria, acompanhava Abdi Hassan e também foi detido. Os investigadores optaram por uma acção encoberta quando ficou claro que um mandado de captura internacional não seria suficiente para apreender os dois homens.

Em 2009, o navio belga Pompei, com dez tripulantes a bordo, esteve cativo durante 70 dias. A Abdi Hassan são também atribuídos os assaltos ao Faina, um navio de transporte militar ucraniano, libertado ao fim de 134 dias, e ao Sirius Stari, um petroleiro saudita, ambos em 2008. Os dois assaltos terão rendido ao grupo de piratas vários milhões de dólares.

Recentemente, Abdi Hassan anunciou que queria retirar-se da pirataria e dedicar-se à política, de acordo com El Mundo. Numa entrevista ao jornal somali Sabahi, Hassan afirmava que pretendia reabilitar os jovens que entraram no mundo da pirataria.

Actualizado às 18:01 - Foram acrescentados os pormenores relativos à operação da polícia belga.

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