Islamistas e franceses de novo em confronto em Gao

Cidade do Mal foi libertada do controlo da Al-Qaeda no final de Janeiro, mas sofreu dois ataques suicidas em dois dias

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Atirador francês de vigia no local onde houve um atentado de um bombista suicida PASCAL GUYOT/AFP

Soldados do Exército do Mali e guerrilheiros islamistas estiveram ontem entrincheirados numa violenta e prolongada troca de tiros nas ruas de Gao, onde na véspera se registou o segundo ataque suicida em dois dias, num posto de controlo militar à entrada da cidade. O atentado não foi reivindicado, mas a autoria de uma acção semelhante, levada a cabo na noite de sexta-feira, foi reclamada pelo Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO).

O tiroteio começou junto da esquadra de polícia da cidade, que viveu sob o domínio dos militantes ligados à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico de Abril de 2011 até ao final de Janeiro, quando a autoridade do Governo de Bamaco foi recuperada após uma ofensiva militar conjunta das tropas francesas no Mali e as forças nacionais. “Os islamistas infiltrados na cidade estão a tentar atacar as nossas posições, mas estamos a responder”, disse um porta-voz do Exército do Mali à Reuters.

Vestidos de negro da cabeça aos pés, os combatentes rebeldes entraram de surpresa e distribuíram-se rapidamente pela cidade, a mais populosa do Norte do país. Segundo assinalavam alguns analistas de segurança, a movimentação dos rebeldes demonstrava a preparação e determinação dos islamistas, que estão bem armados e têm experiência de guerrilha. A reacção dos rebeldes revela ainda as dificuldades do Governo e do Exército do Mali para sustentar as vitórias da sua campanha para a expulsão dos extremistas que lutam para impor a lei da sharia.

Na mensagem em que reivindicou o ataque suicida à entrada de Gao, o porta-voz do MUJAO aconselhou a população a manter-se longe das zonas militares e permanecer em casa. “Continuamos dedicados e vamos prosseguir os ataques contra a França e seus aliados”, informou Abou Walid Sahraoui. Paris quer transferir a responsabilidade pela segurança no Mali para o Exército nacional, apoiado por uma missão africana.     

 

 
 

 
 

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