Irão quer prolongar acordo preliminar sobre nuclear se negociações falharem

Negociações sobre o programa nuclear terminam segunda-feira em Viena. Diplomata iraniano explica que país não quer entrar em nova escalada nuclear.

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Protestos contra o programa nuclear iraniano neste sábado em Viena Joe Klamar/AFP

Em caso de não haver um acordo político sobre o programa nuclear do Irão até segunda-feira os responsáveis iranianos querem prolongar as negociações durante mais seis a 12 meses, mantendo-se nas mesmas condições definidas no acordo preliminar assinado em Genebra, em Novembro de 2013, disse uma fonte iraniana à AFP, em Viena.

“Estamos concentrados em chegar a um acordo político neste domingo, que permita trabalhar sobre os detalhes e os anexos, mas se depois do meio-dia ou à tarde não chegarmos a nada, a solução é pensar-se numa extensão do acordo temporário de Genebra. Esta extensão pode ter uma duração de seis meses a um ano”, declarou o diplomata.

O acordo intermédio de Genebra, assinado há quase um ano, garantiu o congelamento de parte da actividade nuclear iraniana, permitindo levantar parcialmente as sanções internacionais, de modo a dar um enquadramento para as negociações.

O acordo seria aplicado durante seis meses a partir de Janeiro último, mas foi prolongado mais quatro meses em Julho para permitir ao Irão e às grandes potências chegarem a um acordo global agora.

Mas depois de cinco dias de negociações intensas em Viena, o Irão e os 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, mais a Alemanha) acordaram em reconhecer que subsistem “divergências importantes, o que torna improvável um acordo completo sobre os prazos, e torna incerto um acordo de princípio”.

No caso de não haver acordo, “é absolutamente necessário evitar um clima de confronto com uma escalada de ambas as partes”, disse a fonte iraniana. “Por exemplo, que haja uma resposta a novas sanções com o desenvolvimento de um programa nuclear”, exemplificou, acrescentando que “é necessário evitar isso”.

“Preferimos um entendimento político geral mas se não conseguirmos isso (…) um prolongamento do acordo de Genebra será um mal menor”, sublinhou.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está em Viena para continuar as discussões com o seu homólogo Mohammad Javad Zarif.

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