Foguetão com carga para a Estação Espacial explode após lançamento

A cápsula Cygnus devia entregar 2,2 toneladas de mantimentos e de experiências científicas na ISS.

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A explosão ocorreu seis segundos depois de o foguetão ter descolado AFP/NASA
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A carga com destino à Estação Espacial Internacional a ser instalada no foguetão a 23 de Outubro REUTERS/NASA
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Milhares assistiram no local ao momento da explosão AFP/Steve ALEXANDER
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O foguetão Antares no centro da NASA em Wallops, Virginia REUTERS/NASA
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Responsáveis da NASA na conferência de imprensa que se seguiu ao acidente REUTERS/NASA

O foguetão Antares, da empresa norte-americana Orbital Sciences, transportando a cápsula não tripulada Cygnus para a Estação Espacial Internacional (ISS), explodiu nesta terça-feira seis segundos depois do seu lançamento, informou a NASA.

“O foguetão Antares teve um acidente logo após a descolagem”, informou o controlo da NASA em Houston.

Não é ainda conhecida a causa da explosão ocorrida após o foguetão ter descolado de Wallops Island, Virgínia, às 18h22 (22h22 em Lisboa).

Segundo um comentador da televisão da NASA, “não há indicação de que existam pessoas em perigo”, mas houve “danos materiais significativos”. Segundo o jornal britânico Guardian, a gigantesca bola de fogo destruiu equipamento no valor de centenas de milhões de dólares, desde equipamento de criptografia a experiências científicas escolares, e ainda cerca de 590 quilos de comida.

Na sua conta no Twitter, a Orbital Sciences limitou-se a informar que se tinha verificado uma “anomalia no veículo”. O diário britânico adianta que técnicos fizeram detonar o mecanismo de autodestruição após uma falha “catastrófica no equipamento”. 

A Cygnus devia entregar 2,2 toneladas de mantimentos e de experiências científicas na ISS, onde estão seis astronautas.

De acordo com a Orbital Sciences, este foi o primeiro lançamento nocturno do foguetão Antares. Esta era a quarta missão da Cygnus, incluindo um voo teste em 2013.

A NASA tem contratos com a Orbital Sciences Corporation, a construtora do foguetão, e com a SpaceX, para transportar carga para a ISS, um projecto em que participam 15 países e que orbita a cerca de 385 quilómetros da Terra. A empresa deveria fazer oito lançamentos.

Um responsável da Orbital, o vice-presidente executivo Frank Culbertson, apontou a falta de alternativas mais modernas para os motores dos projécteis, que foram construídos nos anos 1960 e 1970 no âmbito do programa espacial da União Soviética. “Não há muitas opções no mundo para usar em instalações deste tamanho, certamente neste país não existe, infelizmente”, disse Culbertson, após o acidente.

Rivais comerciais da Orbital têm ridicularizado a tecnologia da empresa. “O seu sistema de projécteis parece uma piada”, disse o fundador da concorrente SpaceX numa entrevista em 2012. “Usam motores russos feitos nos anos 1960. Não digo que tenham design dos anos 1960 – são motores feitos nos anos 60 e embalados algures na Sibéria.”

A Orbital defende o seu equipamento: “Alguns destes motores foram comprados para serem alterados e americanizados. Foram alvo de testes extensivos, e são motores robustos”, sublinhou Culbertson.

A dependência da NASA de empresas comerciais para manter a sua presença no espaço tem sido cada vez mais alvo de críticas no Congresso dos EUA. Desde 2011 que a agência espacial não tem frota própria e usa empresas privadas e recorre à cooperação com a Rússia para as suas missões.

Os astronautas da ISS deverão receber agora mantimentos num lançamento previsto para quarta-feira na Rússia. 

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