Explosão em Beirute mata dirigente da oposição libanesa

Saad Hariri, de quem Mohamad Chatah foi ministro das Finanças e era agora conselheiro, responsabiliza o Hezbollah pelo atentado que matou outras quatro pessoas e feriu meia centena.

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O atentado desta manhã Jamal Saidi/Reuters

Um dirigente da oposição libanesa, hostil ao regime de Bashar al-Assad na vizinha Síria, morreu nesta sexta-feira, quando o seu carro foi atingido por uma explosão. Saad Hariri, ex-primeiro-ministro e líder da coligação 14 de Março, atribuiu o atentado ao movimento xiita Hezbollah, aliado de Damasco e principal suspeito no atentado que há oito anos matou o seu pai.

“Para nós, os culpados são os mesmos que se escondem da justiça internacional e querem espalhar o fogo na região à nação libanesa”, acusou Hariri, de quem Mohamad Chatah foi ministro das Finanças e que era agora visto como seu representante político no país – por causa da vaga de atentados que desde 2005 matou uma dezena de políticos, além de jornalistas e responsáveis da polícia, o líder da oposição vive há dois anos fora do Líbano.

Chatah foi atingido quando se dirigia para a residência de Hariri, onde a coligação 14 de Março se deveria reunir daí a pouco, noticiou a AFP. Ao final do dia o bloco emitiu um comunicado apontando o dedo tanto ao Hezbollah como ao regime sírio.

A potente explosão, em pleno centro de Beirute, foi ouvida por toda a cidade – o procurador-geral libanês falou numa bomba com 50 a 60 kg de explosivos –, destruiu carros e feriu dezenas de pessoas. Além do dirigente da oposição, outras quatro pessoas perderam a vida. 

O atentado desta sexta-feira é o último de uma sucessão de atentados no Líbano, onde as divisões sectárias se agravam com o encarniçar da guerra na Síria. O Hezbollah, principal força no Governo libanês, tem homens a combater ao lado dos soldados de Bashar al-Assad, mas a oposição e a população sunita libanesa apoiam os rebeldes, também eles maioritariamente sunitas.

O ataque poderá também estar relacionado com o início do julgamento dos alegados responsáveis pela morte do antigo primeiro-ministro Rafiq Hariri, num atentado em 2005 muito semelhante ao desta sexta-feira. Cinco militantes do Hezbollah vão ser julgados à revelia neste processo, que começar a 16 de Janeiro na Haia, já que o movimento xiita recusou entregá-los ao tribunal especial liderado pela ONU.
 
 
 
 

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