EUA confirmam que Assad usou armas químicas contra rebeldes

Relatório americano fala em 100 a 150 mortes de sírios devido a agentes químicos. EUA vão apoiar militarmente rebeldes.

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Obama: o que fazer na Síria? Reuters

O Presidente da Síria, Bashar al-Assad, usou agentes químicos contra os rebeldes e estima-se que entre 100 e 150 pessoas tenham morrido em ataques com este tipo de armas. Esta é uma das principais revelações de um relatório interno do Governo norte-americano, citado pelo New York Times.

Os serviços secretos franceses e peritos das Nações Unidas já tinham dito ter provas de uso de armas químicas na Síria, mas os Estados Unidos sempre foram mais cautelosos na análise da questão. Agora, informações dos serviços secretos americanos e europeus dizem que “o regime de Assad usou armas químicas em pequena escala contra a oposição, em várias ocasiões durante o último ano”.

O New York Times salienta que estas novas informações deixam sob pressão a administração Obama, bastante dividida sobre que tipo de intervenção deve ter na Síria. O Presidente americano tinha definido o uso de armas químicas na Síria como “a linha vermelha” que fariam os EUA alterar a sua política em relação à Síria - até agora, a administração Obama tem sobretudo dado ajuda humanitária e assistência com meios não letais, nota o Washington Post.

Fontes não identificadas da administração Obama disseram ao Washington Post que vão ser consideradas opções militares e políticas, embora não esteja iminente nenhuma intervenção mais forte.

“Estamos preparados para várias contingências na Síria", disse Ben Rhodes, um dos conselheiros de segurança de Obama. "Vamos tomar decisões sobre que acções tomar no nosso timing", acrescentou.


Rhodes, no entanto, repetiu que Obama "deixou claro que o uso de armas químicas - ou a passagem de armas químicas a grupos terroristas - é a linha vermelha para os EUA" e avisou que o "regime de Assad deve saber que as suas acções" vão levar os EUA a "aumentar o âmbito e a escala da ajuda à oposição, incluido ajuda militar directa ao Conselho Supremo Militar" da Síria, que lidera a rebelião contra Assad.

O conselheiro do Presidente especificou que há provas do uso de gás sarin, com recurso a relatórios no terreno, com "descrições de sintomas fisiológicos" das alegadas vítimas, e a análises laboratoriais - os serviços secretos franceses já tinham chegado às mesmas conclusões, através da análise de amostras de urina de alegadas vítimas.

Os EUA estimam que 100 a 150 pessoas tenham morrido em ataques com armas químicas, mas admitem que o número seja "muito incompleto".

Quanto ao uso de armas químicas pelos rebeldes, Ben Rhodes disse não haver provas "fiáveis".

Estas revelações surgem no dia em que um relatório das Nações Unidas estima que mais de 93 mil pessoas, incluindo pelo menos 6500 crianças, morreram desde o início da guerra civil na Síria em Março de 2011.

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