Última sondagem dá vitória ao “não” no referendo escocês

Estudo da YouGov, que não é uma sondagem de tipo tradicional, foi divulgada já depois do fecho das urnas. Estimativas apontam para afluência recorde.

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Edimburgo AFP PHOTO / LEON NEAL
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Castelo de Edimburgo AFP PHOTO / LESLEY MARTIN
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Preparativos numa secção de voto AFP PHOTO / LEON NEAL
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Bandeira escocesa cobre Sir Walter Scott AFP PHOTO / LESLEY MARTIN
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Glasgow AFP PHOTO / IAN MACNICOL
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Parlamento, Londres REUTERS / Luke MacGregor
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Estrada em North Uist REUTERS / Cathal McNaughton
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Pitlochry REUTERS / Russell Cheyne
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Em Gibraltar segue-se a votação com interesse REUTERS / Jon Nazca
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Secção de voto em Coulags, Highlands REUTERS / Cathal McNaughton
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Waternish REUTERS / Cathal McNaughton
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Glasgow AFP PHOTO / IAN MACNICOL
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The Braes REUTERS / Cathal McNaughton
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Aberdeen REUTERS / Dylan Martinez
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Pitlochry REUTERS / Russell Cheyne
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Alex Salmond antes de votar, Strichen REUTERS / Dylan Martinez

Sem certezas sobre o resultado do referendo — apesar de um estudo da YouGov, divulgado pouco depois do encerramento das urnas, apontar para um triunfo do “não”, com 54% dos votos contra 46% —, a noite está a ser de ansiedade na Escócia, no Reino Unido, e um pouco por todo o mundo, à medida que se contam os votos do referendo escocês.

O estudo da YouGov, que não é uma sondagem de tipo tradicional, foi feito a 1828 eleitores depois de terem votado e teve também em conta 800 votos por correspondência. Um inquérito do centro Ipsos Mori, divulgado bem mais cedo, já depois da abertura das urnas, atribuía 53% das intenções de voto ao “não” e 47% ao “sim”.

As primeiras informações sobre a participação confirmaram apenas, sem margem para dúvidas, que quase ninguém abriu mão da possibilidade de decidir. A grande maioria dos 4,2 milhões de eleitores respondeu à chamada e votou no histórico referendo de quinta-feira sobre o futuro da Escócia. Ao princípio da noite, as estimativas apontavam para uma participação recorde, com uma afluência da ordem dos 80%.

As urnas encerraram às 22h, após 15 horas de votação, e o suspense prolongou-se noite dentro, à medida que eram contados os votos sobre o destino da Escócia: independência após uma ligação de mais de 300 anos ou manutenção no Reino Unido. O anúncio dos resultados finais só está previsto para a manhã desta sexta-feira.

Filas para votar
As primeiras horas da votação reforçaram a convicção de que a participação no referendo seria muito elevada. Nas secções mais movimentadas das principais cidades fizeram-se filas para votar. Tanto o primeiro-ministro independentista escocês, Alex Salmond, como o líder da campanha unionista, Alistair Darling, votaram pela manhã, sem declarações aos jornalistas. O silêncio foi também total em Londres, onde se aguardava com ansiedade o resultado da votação.

A campanha prolongou-se até ao fim. A lei britânica permite o contacto com os eleitores no dia da votação e, até ao fecho das urnas, tanto os nacionalistas como os defensores da manutenção da Escócia no Reino Unido deram tudo por tudo.

Os dois campos mobilizaram dezenas de milhares de voluntários para um último esforço que poderia ser decisivo, face a sondagens que indicavam que a distância entre o “sim” e o “não” era muito pequena.

Os voluntários recorreram ao telefone, às redes sociais, ao e-mail e a visitas porta-a-porta para tentarem convencer os indecisos — cerca de 600 mil, segundo os últimos estudos — ou para assegurar que aqueles que já lhes garantiram o seu apoio iam efectivamente votar. A campanha estendeu-se até junto das 2600 secções de voto, com activistas a estenderem um último panfleto a quem entrava para votar, a tentarem convencer quem poderia estar ainda hesitante.

Os apoiantes da independência previam contactar até 1,5 milhões de pessoas durante o dia. A campanha pelo “não” declarou ter identificado 500 mil eleitores-alvo a quem queria chegar até ao fecho das urnas.

Mercados em alta
Na bolsa de Londres, o comportamento das acções dos pesos-pesados do sistema financeiro escocês — que deram sinais de desagrado com um eventual triunfo independentista — parecia antecipar um triunfo do “não”. O Lloyds Banking Group ganhou 1,35%, o Royal Bank of Scotland 0,6%, a Standard Life 1,5% e o Aberdeen Asset Management 1.85%. Citado pelo jornal Guardian, o analista David Madden comentou que a tendência sugeria que o apoio ao “sim” estava a esmorecer. A libra também esteve a subir face ao euro e ao dólar, atingindo o valor mais alto dos últimos dois anos.

Já em cima do início da votação, a campanha pelo “sim” obteve um importante apoio. O tenista Andy Murray, campeão de Wimbledon e estrela desportiva no Reino Unido, escreveu no Twitter uma mensagem de claro apoio à independência. “Este é um dia imenso para a Escócia! A campanha do ‘não’ foi tão negativa nos últimos dias que mudou completamente a minha visão. Estou ansioso por saber o resultado. Vamos a isto”, escreveu o tenista escocês que, por viver em Londres, não pode votar.

Murray tinha recusado entrar na campanha, mas dera a entender que era partidário de manter a Escócia ligada a Londres. E não escondeu o seu desagrado quando ao triunfar em Wimbledon, em 2013, Alex Salmond, que estava na tribuna de honra, empunhou a bandeira nacional mesmo por trás do primeiro-ministro britânico, David Cameron.

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