Depois de Maduro é a vez de Washington expulsar diplomatas

Três diplomatas venezuelanos foram expulsos dos EUA. A diplomacia norte-americana já confirmou a decisão.

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Embaixada dos EUA em Caracas, Venezuela Reuters

Depois da expulsão de três diplomatas norte-americanos por Caracas, foi a vez de Washington dar guia de marcha a também três responsáveis da embaixada da Venezuela.

Calixto Ortega Ríos, encarregado de negócios da embaixada, Mónica Sánchez, segunda secretária, e Marisol Gutiérrez, cônsul em Houston, Texas, foram os diplomatas declarados como persona non grata por Washington. Os EUA deram 48 horas para os funcionários abandonarem o país.

“É lamentável que o Governo venezuelano tenha mais uma vez decidido expulsar responsáveis americanos sob alegações sem fundamento, o que reclama por acções de retaliação”, esclareceu um responsável do departamento de Estado, citado pela AFP.

Na segunda-feira, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a expulsão de três diplomatas norte-americanos, com a acusação de incentivarem a oposição a fazer sabotagem económica e eléctrica. “Fora da Venezuela! Yankees, go home’, fora. Basta de abuso”, foram as palavras de Maduro, durante um discurso inflamado no estado de Falcón, no Noroeste do país.

Desde Setembro que a Venezuela sofre falhas de energia, justificadas pelo Governo como “sabotagem” da responsabilidade da oposição ao regime. O país atravessa igualmente um período de escassez de produtos alimentares e de consumo corrente.

As provocações de Caracas aos EUA servem para “mascarar a enorme ineficácia económica” da administração de Maduro, de acordo com o professor de Ciência Política da Universidade Central da Venezuela, Félix Gerardo Arellano, ouvido pela AFP.

A actuação de Maduro sofre pressões internas, inerentes à “herança” deixada por Chávez e à necessidade de o actual presidente garantir o apoio dos mais radicais do regime. “O presidente Maduro tenta aplicar as mesmas fórmulas [de Hugo Chávez], mas as circunstâncias são muito diferentes e com menos habilidade (…) não apenas por causa da crise económica, mas também porque tem de garantir o apoio dos chavistas radicais”, explicou a especialista em Relações Internacionais da mesma universidade, Elsa Cardozo.

Maduro assumiu a presidência depois da morte de Hugo Chávez, em Março. A 14 de Abril venceu as eleições contra Henrique Capriles e assumiu-se como o verdadeiro sucessor do chavismo, apesar de lhe faltar o carisma do fundador da revolução bolivariana.

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