Asiana Airlines descarta “falha mecânica” em acidente no aeroporto de São Francisco

Boeing 777 despenhou-se e matou duas adolescentes chinesas. Mas a transportadora já descartou qualquer "falha mecânica". Acidente está a ser investigado.

A maioria das mais de 300 pessoas que seguiam a bordo foram retiradas em segurança
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A maioria das mais de 300 pessoas que seguiam a bordo foram retiradas em segurança Ezra Shaw/Getty Images/AFP
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A transportadora aérea Asiana Airlines nega que o acidente com o seu Boeing 777 tenha tido origem numa “falha mecânica”. O avião despenhou-se quando se fazia à pista de aterragem no sábado no aeroporto de São Francisco, nos Estados Unidos, matando duas adolescentes chinesas e deixando mais de 180 pessoas feridas – 49 das quais em estado considerado grave.

O presidente da companhia da Coreia do Sul, Yoon Young-doo, citado pela BBC, numa conferência de imprensa a partir do seu país, não descartou a hipótese de o acidente ter tido origem numa falha humana, mas reforçou a ideia de que os pilotos responsáveis pelo voo que saiu de Seul eram muito experientes e foi peremptório a excluir qualquer “falha mecânica ou nos motores”.

Aliás, a Asiana já tinha adiantado que o piloto do avião era Lee Jeong-min, um veterano na companhia. Era um dos quatro pilotos que rodavam em turnos de duas pessoas neste voo de dez horas. Agora o presidente da companhia adiantou que um deles já somava 10 mil horas de voo. De seguida, Yoon pediu desculpa a todos os envolvidos no acidente, acrescentando que nada apontava para uma emergência pelo que a tripulação, como é normal, apenas pediu aos passageiros para permanecerem sentados e apertarem o cinto antes da aterragem.

A maioria das mais de 300 pessoas que seguiam a bordo foram retiradas em segurança, enquanto os bombeiros tentavam extinguir o incêndio que começou depois de o avião ter embatido com a parte de trás na pista de aterragem. As imagens partilhadas nas redes sociais por testemunhas e passageiros mostram que o avião perdeu a parte traseira e que o fogo consumiu as partes central e frontal.

Choi Jeong-ho, do Ministério dos Transportes da Coreia do Sul, confirmou que a cauda do avião embateu na pista, levando o aparelho a desviar-se para a esquerda e a sair da pista.

Um passageiro disse à NBC que o avião voava demasiado baixo. “Conheço bastante bem o aeroporto, por isso percebi que o piloto ia demasiado baixo, demasiado depressa e que não ia conseguir aterrar na pista a tempo. Ele acelerou e tentou subir outra vez”, contou Benjamin Levy. “Mas era demasiado tarde e tocou mal na pista. Depois começámos todos a ir pelos ares e o avião aterrou muito mal.”

No avião seguiam 291 passageiros e 16 pessoas da tripulação. A bordo estavam 141 chineses (muitos deles estudantes que iam participar num campo de férias), 77 sul-coreanos, 61 norte-americanos e um japonês. A nacionalidade dos restantes passageiros não foi revelada. As duas vítimas mortais são duas adolescentes chinesas, nascidas em 1997 e 1996, avançou o Ministério dos Transportes da Coreia do Sul. Ambas iam sentadas na parte traseira do avião, revelou o presidente da Asiana.

Este acidente é o primeiro com vítimas mortais envolvendo o Boeing 777, um popular avião de longo curso que opera desde 1995, e o terceiro acidente fatal da companhia coreana, criada em 1988. Nos Estados Unidos, o último acidente com mortos em voos comerciais tinha ocorrido em 2009, quando um avião regional da Colgan Air se despenhou em Nova Iorque.

Primeiras informações no Twitter
Um dos primeiros vídeos a ser partilhado mostrava uma coluna de fumo ao longe, numa das pistas do aeroporto. Muitos outros vídeos e fotografias têm sido partilhados no Twitter, e noutras redes, com relatos de testemunhas e passageiros.

Um dos passageiros era David Eun, um dos vice-presidentes da Samsung, que partilhou uma fotografia do avião e fez saber que a maioria dos passageiros parecia estar bem.

Ki Siadatan, que testemunhou o acidente a partir de sua casa, explicou que o avião, ao descer, “parecia fora de controlo”, disse à BBC News. “Ouvimos uma explosão e vimos o avião desaparecer numa nuvem de poeira e fumo. Depois, aconteceu a segunda explosão.”

Investigação em curso
A National Transportation Safety Board e a Federal Aviation Administration já enviaram peritos para São Francisco para investigarem as causas deste acidente. Por seu lado, a Boeing já se disponibilizou para colaborar e dar assistência técnica nas investigações relacionadas com as causas do acidente.

Um porta-voz do aeroporto de São Francisco revelou que um dos instrumentos do sistema de aterragem do aeroporto não estava operacional no sábado. Mas, segundo a Reuters, pilotos e peritos em aviação garantem que essa funcionalidade de apoio à aterragem está longe de ser essencial quando está bom tempo, como era o caso de sábado em São Francisco.

O aeroporto de São Francisco esteve encerrado durante várias horas, obrigando ao desvio de voos para Los Angeles, Seattle, Oakland e San Jose.

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