Blair volta a ser interrogado sobre participação do Reino Unido na guerra do Iraque

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Blair disse não se arrepender de ter envolvido o Reino Unido na guerra Andrew Winning/ REUTERS

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair começou esta manhã a ser inquirido novamente pela comissão britânica que investiga a participação de Londres na guerra no Iraque.

A segunda chamada de Blair à comissão, liderada pelo antigo deputado John Chilcot, deve-se a “aparentes discrepâncias” entre o seu primeiro testemunho, prestado em Janeiro de 2010, e subsequentes declarações feitas pelo ex-procurador-geral Peter Goldsmith. Este último afirmara que se sentira “desconfortável” em relação a alguns dos comentários feitos pelo então chefe do Governo antes de invasão do Iraque, em 2003.

Goldsmith, que na qualidade de procurador-geral aconselhava o Governo em matérias legais, testemunhou que alertara Blair para o facto de a resolução de 14 de Janeiro de 2003 do Conselho de Segurança das Nações Unidas não ser suficiente para justificar uma acção ofensiva contra o Iraque.

Mas, segundo documentos escritos conhecidos apenas na semana passada, Blair diria aos seus ministros, no dia seguinte a ter recebido aquela recomendação, que apesar de uma segunda resolução da ONU ser “preferível”, havia também circunstâncias que não a tornavam necessária.

Blair, da primeira vez que se apresentou à comissão, disse que não se arrependia de ter envolvido o Reino Unido na guerra, e que acreditava que o mundo ficara um lugar “mais seguro” após a deposição de Saddam Hussein. Afirmou ainda que não queria que “a América sentisse não ter outra opção se não a de avançar sozinha”, apesar de ter tentado então persuadir o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a conseguir aval para a invasão do Iraque junto das Nações Unidas.

São esperadas manifestações de activistas anti-guerra em frente ao Centro de Conferências Rainha Isabel II, em Londres,onde Blair estará a testemunhar durante toda a manhã.

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