Barco de guerra chinês teve navio japonês na mira e "trancou-a" para disparar

Japão considera que o incidente foi de grande gravidade. Em causa estão as ilhas do Mar da China disputadas pelos dois países.

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As ilhas Senkaku (Japão) ou Diaoyu (China) Reuters

Um navio de guerra chinês teve um barco japonês na sua mira, e "trancou-a", ou seja, esta ficou pronta a acertar no alvo, no dia 30 de Janeiro, anunciou esta terça-feira o ministro japonês da Defesa, Itsunori Onodera. O Japão apresentou um protesto formal à China.

O incidente, como o ministro japonês lhe chamou, ocorreu junto das ilhas em disputa pelos dois países, no Mar da China. O Japão chama-lhes Senkaku, os chineses Diaoyu e são pequenos rochedos desabitados mas muito ricos em pesca e em gás natural.

As oito ilhas são disputadas há séculos. Porém, e de acordo com documentação pública chinesa (artigos em jornais, por exemplo), o Governo de Pequim manifestou o seu desinteresse na zona no início do século XIX. Na década de 1970, porém, com a descoberta dos recursos naturais, a disputa recomeçou. No ano passado reacendeu-se, devido à formalização da posse por parte do Japão (que comprou os ilhéus ao seu proprietário, um particular japonês), e a China a regir com patrulhas de navios de guerra. No mês passado, a China chegou a apreender um barco de pesca japonês, que foi posteriormente libertado.

"No dia 30 de Janeiro, um radar foi dirigido a um navio de uma escolta da defesa marítima japonesa", disse Onodera, citado pela Reuters. O ministro explicou que se tratou de um radar que identifica um alvo e o fixa – uma vez feita esta operação, se a arma é disparada vai directa ao seu alvo. "Trata-se de um acto muito pouco normal. E reconhecemos que pode criar uma situação muito perigosa se ocorrer algum passo em falso".

De acordo com a agência chinesa Xinhua, o embaixador chinês no Japão desvalorizou os protestos do Governo de Tóquio, como tinha feito com outros (diz a Xinhua) sobre as constantes patrulhas de navios chineses junto às ilhas. O embaixador, Cheng Yonghua, disse que Pequim tem esse direito, pois está "no seu território".
 
 
 

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