Cerca de cem trabalhadores que foram transferidos da Câmara de Lisboa para as juntas de freguesia da cidade concentraram-se esta terça-feira junto à assembleia municipal, em protesto contra a degradação das condições de trabalho e, nalguns casos, do serviço que é prestado à população desde que a reforma administrativa se concretizou.

“Trabalhadores do município de Lisboa em luta pelos direitos, pela dignidade, contra a arrogância e a prepotência”, lia-se numa faixa ostentada por alguns dos participantes. A falta de pessoal nalgumas juntas e a “pulverização” do trabalho precário são alguns dos problemas denunciados pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa. Vítor Reis acrescenta que a reforma administrativa não se traduziu em ganhos para a população, nomeadamente na área da higiene urbana, onde se assiste a “guerras” entre câmara e juntas na hora de decidir “quem apanha os sacos, quem não apanha”.

Os trabalhadores acompanharam depois a sessão da assembleia municipal, na qual foi aprovada, com os votos favoráveis de todas as forças políticas à excepção do PS e do Parque das Nações Por Nós, uma recomendação do PCP na qual se pede à câmara que “providencie as diligências necessárias no sentido da rápida implementação dos compromissos que foram assumidos por parte do presidente da câmara (…) com os trabalhadores transferidos”.