Há luz no parque e os visitantes saíram surpreendidos

Até ao final do mês, as portas do Parque de Serralves estão abertas até à meia-noite. Últimas visitas guiadas acontecem quinta e sexta-feira.

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A ideia da iniciativa é ter árvores e outros elementos decorativamente iluminados
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A ideia surgiu há um par de anos. O director do Parque de Serralves, João Almeida, andava a congeminar uma qualquer actividade que pudesse valorizar ainda mais os jardins, consciente que estava da boa receptividade das actividades nocturnas que atraem sempre muitos visitantes. O facto de em 2015 se celebrar o Ano Internacional da Luz foi o pretexto que faltava para avançar com o projecto Há Luz No Parque, e o resultado tem sido lotação esgotada e uma mão cheia de surpresas. “Confesso que até eu me surpreendi com o que encontramos no Parque à noite”, revela ao PÚBLICO João Almeida.

Durante Julho o grande portão da Av. Marechal Gomes da Costa fica escancarado para um after-hours (das 21h30 às 24h00) para que, todos os dias, os visitantes possam perder-se pelos vários percursos, encontrando iluminação, às vezes onde menos se espera. “Se no evento Serralves ao Luar as pessoas vêm, e apreciam, o parque em plena escuridão, acreditávamos que poderiam aproveitar de uma maneira diferente se pudessem deparar-se com árvores e elementos decorativamente iluminados. Podem fazê-lo por conta própria, ou participando nas visitas guiadas, que ajudam a retirar partido de tudo o que é visitado”, argumenta o director.

O percurso começa junto à entrada do Museu de Arte Contemporânea, o último capítulo na história desta Fundação, e deste parque, que nasceu privado, e para fruição familiar e se transformou nos actuais 18 hectares de fruição pública que privilegia o património natural e festeja a cultura. Marco Ramos conduz a visita, desfiando a história do Parque, deixando que as espécies arbóreas lhe sirvam de ponto para que não lhe falhem os pormenores. É através das árvores que vai relatando a intervenção de Carlos Alberto Cabral, o segundo Conde de Vizela que herdou a Quinta de Lordelo e a Quinta de Mata-Sete, e encomendou a Jacques Gréber o jardim para a Casa de Serralves que será, porventura, um dos espaços mais icónicos do parque. É Marco quem explica porque é que os Liquidâmbares, que crescem muito em altura e pouco em largura, foram a melhor opção para desenhar o caminho natural que nos conduz até à casa, ou que chama a atenção para espécies autóctones - algumas em risco de extinção, como o Teixo, erradicado pelas suas características tóxicas, mas que se descobriu, mais recentemente que essas “toxinas” têm sido preciosas no fabrico de medicamentos de combate ao cancro. “Um lembrete para a importância de preservar a biodiversidade”, sintetiza Marco Ramos.

Os critérios usados para a selecção dos locais a iluminar foram, segundo João Almeida, aproveitar toda a sinalética já instalada no percurso de árvores notáveis (e que passa por 20 espécies diferentes, num catálogo que vai das exóticas sequóias gigantes, Cedros do Líbano ou Castanheiros-da-Índia, até às espécies representativas da flora nacional, como os Sobreiros, as Oliveiras e os Pinheiros) e inserir-lhe todos os elementos arquitectónicos “que não poderiam deixar de estar iluminados”, como os lagos do jardim de Gléber (e aqui os jogos de luz devolvem um cenário inesquecível), ou as pérgulas do Roseiral ou da Casa de Chá. Pelo meio, algumas das obras de arte que estão instaladas pelo parque também não poderiam deixar de estar iluminadas. A começar pela Colher de Jardineiro, a peça pop-art do casal Claes Oldenburg e Coosje van Bruggen e a terminar na instalação Ser Árvore e Arte, de Alberto Carneiro. Esta última foi das que granjeou mais surpresa.

“Há quanto tempo é que esta instalação está aqui?”, perguntou Custódio Freitas. “Desde 2002”, respondeu Marco Ramos. “Como é que é possível, se eu nunca a vi!”, respondeu incrédulo, o visitante, que é um assíduo do Parque e até amigo do artista. Admite que talvez até tivesse passado perto daquele cedro do atlas, mas nunca havia reparado nos sete buracos no chão, nem nos espelhos colocados para reflectir o elegante e surpreendente perfil desenhado pelos ramos das árvores. “Agora à noite é impossível não reparar neles. Nunca tal tinha visto”, continua incrédulo. 

Custódio promete regressar no dia seguinte, já munido da máquina fotográfica que naquele dia lhe faltou. Já Luciano Vale, outro dos visitantes, terá mais dificuldade em registar para a posterioridade a memória que leva desta visita nocturna. “O que mais me surpreendeu foram os cheiros. É um excelente sítio para passar uma noite de verão”, sintetiza. Poderá repetir a proeza até à próxima sexta-feira. Pelo menos para já, que João Almeida admitiu ao PÚBLICO que o sucesso da iniciativa o faz acreditar que vai valer a pena repeti-la noutras alturas.

Notícia alterada às 16h46 com os preços da entrada no parque: 4€ por pessoa (crianças até aos 12 anos não pagam)

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