Uma grande vitória

Safou-se muito bem Cristiano Ronaldo no programa de Jonathan Ross.

Safou-se muito bem Cristiano Ronaldo no programa de Jonathan Ross. Enfrentou-o com o brio, a coragem e a convicção que mostra em campo.

Fez-nos rir. Soube brincar - com a cumplicidade do hilariante Ross - e chegou a levar a melhor sobre o entrevistador, surpreendendo-o e excedendo-o em ousadia.

Ao contrário da grande maioria dos compatriotas Cristiano Ronaldo tem um bom sentido de humor, sendo genuinamente capaz de gozar com ele próprio. Isto é, fá-lo com prazer e não como fita ou concessão.

Tinha o preconceito de pensar que uma pessoa que joga futebol com a empenhada perfeição de Cristiano Ronaldo não podia ter grande jeito para comunicar de improviso. Mentira.

Vale mesmo a pena ver a entrevista de vinte minutos na Web. Cristiano Ronaldo mostra ser uma pessoa sensível, inteligente, leal, grata e respeitadora mas também narcisista, sentimental e, às vezes, pomposa. O que mais me espantou foi a sinceridade brincalhona dele. Não tem nada de artificial ou de actor. Tem uma malandrice saudável e, ao mesmo tempo, uma vontade nobre de dizer o que realmente sente, em vez de se esconder atrás de frases feitas e de larachas preparadas.

Sempre gostei muito de Cristiano Ronaldo - sobretudo da maneira como ele usa a adversidade e a animosidade alheias como combustível para as suas jogadas triunfais - mas fiquei mais contente ainda por verificar que até num estúdio de televisão se vê que é um dos maiores e mais raros campeões desportivos de sempre.

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