Maior parque eólico da Europa já produz electricidade para exportar

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Em cerca de cinco anos o país deverá multiplicar por dez a potência eólica instalada, defendeu o ministro PÚBLICO (arquivo)

O maior empreendimento de produção de energia eólica da Europa, instalado em quatro municípios do Vale do Minho, já produz energia eléctrica suficiente para garantir o consumo de 300 mil casas, cerca de 1,5 por cento do total da energia consumida em Portugal. Garantindo mais de 60 por cento do consumo do distrito de Viana do Castelo, o Parque Eólico do Alto Minho I, inaugurado ontem pelo ministro da Economia, pode começar agora a exportar.

Ao todo, são 120 aerogeradores, modelo Enercon, espalhados pelos cinco subparques, localizados nos concelhos de Melgaço, Paredes de Coura e Valença, que deverão produzir por ano 530 gigawatts/hora.

A energia eléctrica gerada em cada um dos aerogeradores é conduzida por dezenas de quilómetros de cabos até à subestação de Mendoiro, em Monção, sendo depois conduzida, por uma linha de alta tensão com mais de 54 quilómetros, para a subestação de Pedralva, em Braga, onde é injectada na Rede Eléctrica Nacional (REN), ligação já em curso desde Dezembro de 2007.

O investimento do consórcio VentoMinho, que atinge os 400 milhões de euros, representa 10 por cento da potência eólica já instalada em todo o país.

Com uma potência instalada de 240 megawatts, este empreendimento permite, por ano, uma poupança de emissões de dióxido de carbono (CO2) de quase 500 mil toneladas.

Aos benefícios ambientais da produção de energia limpa, dando cumprimento às metas de redução de gases de efeito de estufa estabelecido por Portugal no âmbito do Protocolo de Quioto, juntam-se as contrapartidas financeiras que o parque representa para as autarquias.

Municípios lucram

De acordo com o presidente da VentoMinho, Nuno Ribeiro da Silva, o impacto socioeconómico reflecte-se não só nas compensações pagas anualmente aos municípios, cerca de 2,5 por cento da facturação bruta, como também no pagamento de rendas aos proprietários dos terrenos e indemnizações às 16 freguesias abrangidas pelo empreendimento, num montante de aproximadamente 2,1 milhões de euros.

Ainda na fase de arranque do projecto, as quatro câmaras municipais do Vale do Minho encaixaram 20 milhões de euros com a venda da respectiva participação no capital social do consórcio, detentor da construção e exploração do empreendimento.

Para o responsável, a construção deste parque eólico representou igualmente um contributo ao desenvolvimento do cluster industrial que o grupo Enercon está a instalar em Viana do Castelo, onde já estão em funcionamento três de seis fábricas de aerogeradores.

Em funcionamento está também o Parque Eólico do Alto Minho II, nos concelhos de Caminha e Vila Nova de Cerveira, com 24 aerogeradores e uma capacidade instalada de 48 megawatts.Para o ministro da Economia, este é mais um empreendimento que vem consolidar o quinto lugar que Portugal ocupa no ranking mundial, no que diz respeito à produção de energias renováveis, "a melhor estratégia para criar riqueza e combater a crise financeira internacional".

Manuel Pinho quantificou ao afirmar que, "já nesta altura, o Programa de Energias Renováveis implica uma redução das importações de energia e de emissões de CO2 de mil milhões de euros".

Segundo defendeu, num período de pouco mais de cinco anos o país "irá multiplicar por dez a potência eólica instalada", passando dos 500 megawatts de 2005 para cerca de cinco mil em 2010.

Apesar de reforçar a necessidade de "um melhor aproveitamento do potencial hídrico do país", Manuel Pinho considerou que "a água e o vento fazem um bom casamento" e desafiou ao investimento em projectos fotovoltaicos.

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