Seal U DM-i: BYD acrescenta SUV híbrido de ligar à corrente à gama europeia

Depois de ter aterrado na Europa com propostas exclusivamente eléctricas, a chinesa BYD traz uma proposta híbrida de ligar à corrente, cujo sistema funciona de dupla forma: em série e em paralelo.

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BYD Seal U DM-i 2024 DR
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Chama-se Seal U DM-i e com o SUV Seal U apenas tem em comum as formas e dimensões. De resto, é outro automóvel, assente numa plataforma que, em vez de apresentar a bateria integrada, constituindo parte do chassis, recorre a uma fonte de energia mais pequena (e mais leve) para apoiar um motor a gasolina. Poderia ser apenas mais um PHEV, mas a BYD foge da designação. Isto porque, explica a directora de Marketing e Relações Públicas da BYD Europa, Penny Peng, ao PÚBLICO, tradicionalmente “a ideia do PHEV é de que, finda a bateria, os consumos disparam”, estigma que pretendem combater. E, pudemos comprovar, não é, de facto, isso que acontece.

O sistema Dual Mode traduz-se por dois modos de conduzir em modo híbrido, gerido inteligentemente (é daí que vem o “i” de DM-i) pelo carro: além do modo 100% eléctrico, capaz de percorrer 70 ou 125 quilómetros, dependendo da capacidade da bateria, o sistema híbrido pode funcionar em série ou em paralelo, apoiando-se numa fatia da bateria que está reservada para o efeito, conseguindo, em perímetro urbano, limitar os consumos à energia eléctrica durante 81% do percurso, funcionando em série, quando o motor eléctrico é responsável por gerar tracção das rodas enquanto o motor a combustão alimenta apenas a bateria (como se vê na tecnologia e-Power da Nissan, por exemplo), 18% do trajecto e 1% em paralelo, altura em que o motor eléctrico e o motor a gasolina podem trabalhar em simultâneo como geradores de tracção.

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BYD Seal U DM-i 2024 DR

Ao volante, o que se destaca numa primeira impressão é a passagem suave e praticamente imperceptível entre os vários modos, a rápida resposta do carro quando necessário, mas sobretudo os baixos consumos, mesmo quando o automóvel diz já não ser possível rolar em 100% eléctrico (a título de curiosidade, num percurso misto, sem muitas zonas urbanas, registámos consumos médios abaixo dos cinco litros após esgotada a bateria; o consumo homologado pelo ciclo WLTP é de 0,9 l/100km, mas com a bateria cheia).

Com 4,77 metros de comprimento, o SUV do segmento D apresenta-se, como o seu irmão a electricidade, com uma boa habitabilidade, estando, ao nível de dinâmica, mais indicado para viagens em família com uma boa dose de conforto, com destaque para a qualidade percepcionada, tanto dos materiais como da sua montagem. A bagageira também tem tamanho capaz de satisfazer as necessidades de uma família: 425 litros, que podem crescer até aos 1440 litros, com a segunda fila rebatida.

Há três versões de equipamento: Boost, Comfort e Design. As duas primeiras, de tracção dianteira, podem ser associadas a um motor de 1.5 litros, de ciclo Atkison, sem sobrealimentação, distinguindo-se pela capacidade de bateria que as equipa: a Boost conta com uma Blade Battery de 18,3 kWh e a Comfort com uma de 26,6 kWh. Nos dois casos, conta-se com uma potência combinada de 160 kW ou 215cv. A aceleração de 0 a 100 km/h cumpre-se em 8,9 segundos, sendo a velocidade máxima de 170 km/h.

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Já o Design apresenta-se com tracção integral, graças à inclusão de um segundo motor eléctrico no eixo traseiro, contando com uma bateria de 18,3 kWh. Neste caso, a potência cresce até aos 238 kW (319cv), permitindo uma aceleração mais rápida (5,9 segundos de 0 a 100 km/h).

Em termos de autonomia, a versão Boost é apresentada como capaz de percorrer até 80 quilómetros apenas com energia eléctrica; a versão Comfort atinge os 125 quilómetros; e a versão Design fica-se pelos 70 quilómetros.

Todas as versões admitem carregamento em corrente alternada até 11 kW e de 18 kW em corrente contínua, o que lhe permite recuperar carga até aos 80% em pouco mais de meia hora.

A comercialização do novo BYD Seal U DM-i, nos níveis de equipamento Boost e Design, arranca em Junho; o Comfort deverá começar a ser proposto após o Verão. Para qualquer das versões ainda não há preços comunicados para Portugal.

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