EUA devem sancionar batalhão das IDF por violações de direitos humanos na Cisjordânia
Informações avançadas pelo site de notícias Axios indicam que Antony Blinken deve anunciar sanções contra o batalhão ultra-ortodoxo Netzah Yehuda nos próximos dias.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deverá anunciar, nos próximos dias, sanções contra um batalhão das forças de defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). A notícia foi avançada pelo site de notícias norte-americano Axios.
De acordo com uma das fontes que falaram com a equipa do Axios, as sanções são direccionadas ao batalhão ultra-ortodoxo Netzah Yehuda, devido a alegadas violações dos direitos humanos na Cisjordânia ocupada. O jornal Haaretz avança também que o Governo norte-americano estará a considerar tomar medidas contra outras unidades militares e policiais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reagiu este domingo, afirmando que “vai lutar com toda a força” contra quem “pensar que pode impor sanções a uma unidade das IDF”.
O batalhão em causa é conhecido por estar relacionado com a extrema-direita e por protagonizar vários episódios de violência contra palestinianos. O jornal Times of Israel lembra que, em 2022, o batalhão terá algemado, vendado e abandonado um homem palestiniano de 78 anos num local com temperaturas muito baixas. O homem acabou por morrer.
Em Dezembro de 2022, continua o jornal israelita, o grupo foi retirado da Cisjordânia e colocado a trabalhar no Norte de Israel. Depois do ataque do Hamas a 7 de Outubro, o batalhão foi enviado para a Faixa de Gaza.
Caso a decisão vá avante, marcará a primeira vez que os Estados Unidos sancionaram as IDF. O Exército israelita afirmou ainda não ter conhecimento sobre quaisquer sanções, de acordo com a Reuters. Acrescentou ainda que o batalhão Netzah Yehuda trabalha de acordo com os princípios da lei internacional: “As IDF trabalham e vão continuar a trabalhar para investigar qualquer evento estranho de forma prática e de acordo com a lei.”
A lei de Leahy, de 1997, proíbe o Governo norte-americano de “utilizar fundos para apoiar unidades de forças de segurança estrangeiras” se houver informação credível de que possa estar a haver “violações grosseiras dos direitos humanos”. Assim, como detalha o The Guardian, as sanções impediriam a transferência de ajuda militar dos EUA à unidade e a participação de soldados e responsáveis em treinos com o Exército norte-americano ou em programas financiados pelos EUA.
Segundo o órgão de comunicação social sem fins lucrativos ProPublica, um painel especial do Departamento de Estado dos EUA já tinha recomendado a Antony Blinken que retirasse a várias unidades militares e da polícia israelita o direito a ajudas enviadas pelos Estados Unidos.