A China construiu mais painéis solares em 2023 do que os EUA em toda a sua história

O aumento das energias limpas na China, o maior poluidor, ajudou a impulsionar a adopção de energias renováveis a nível mundial para um recorde no ano passado.

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Central de energia solar em Pudong, Shanghai, China Yaorusheng/GettyImages
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A China instalou mais painéis solares em 2023 do que qualquer outra nação construiu no total, adicionando a uma enorme "frota" de energia renovável que já está a liderar o mundo por uma ampla margem.

O país adicionou 216,9 gigawatts de energia solar no ano passado, sultrapassando seu recorde anterior de 87,4 gigawatts de 2022, disse a Administração Nacional de Energia num comunicado. É mais do que toda a frota de 175,2 gigawatts nos EUA, o segundo maior mercado solar do mundo, segundo as estimativas da BloombergNEF.

A agência de energia chinesa (NEA) mede a capacidade em corrente alternada, enquanto a BNEF regista a corrente contínua, o que significa que a diferença real é ainda maior.

A China também adicionou 75,9 gigawatts de energia eólica, contra 37,6 gigawatts no ano passado, também um recorde.

O aumento das energias limpas na China, o maior poluidor, ajudou a impulsionar a adopção de energias renováveis a nível mundial para um recorde de 510 gigawatts no ano passado, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Segundo a AIE, as nações estão a aproximar-se da via necessária para cumprir o objectivo fixado na cimeira sobre o clima COP28 de triplicar as energias renováveis até ao final da década.

No ano passado, a China terá sido responsável por 58% das instalações solares e 60% das instalações eólicas a nível mundial, contabiliza a BNEF.

A maior adesão energias renováveis significa que a China pode queimar menos carvão para satisfazer a crescente procura de energia, e esta mudança alimentou as previsões de que o maior poluidor do mundo poderá ter atingido o pico das emissões no ano passado, muito antes do objectivo do governo para 2030.

Ainda assim, a China continua a aumentar a sua enorme rede de centrais eléctricas alimentadas a carvão, que fornecem cerca de 59% da electricidade do país. As autoridades insistem que as novas centrais são necessárias principalmente para servir de apoio à produção intermitente de energia solar e eólica e que o consumo de carvão diminuirá a partir de 2025. A capacidade de produção térmica aumentou 57,93 gigawatts no ano passado, segundo a NEA.

As instalações solares e eólica foram estimuladas, em parte, por uma descida acentuada dos custos. A concorrência feroz entre os fabricantes levou os preços dos painéis e das turbinas na China para mínimos históricos. Isso reduziu a rentabilidade dos e aumentou as expectativas de uma grande consolidação do sector este ano.

A aceleração da produção de energia renovável está também está a criar desafios à medida que a rede da China se esforça por acompanhar o ritmo. Algumas regiões enfrentam uma falta de capacidade de infra-estruturas para absorver mais energia solar energia solar e começaram a implementar regulamentos mais rigorosos para novos projectos.

Mesmo assim, espera-se que a China mantenha os ganhos nas energias renováveis. A instalação de energia solar deverá aumentar cerca de 7% este ano, enquanto a nova capacidade eólica deverá aumentar 11%, segundo as previsões da BNEF.