Apostar na inteligência emocional como matéria escolar

Preparar os jovens para enfrentarem o futuro com a maior força emocional possível deveria ser tão importante como é hoje aprender português ou matemática.

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Megafone P3: Apostar na inteligência emocional como matéria escolar Ivan Samkov/Pexel
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A inteligência emocional é uma matéria à qual se dá cada vez mais importância. Muitas empresas utilizam várias técnicas de desenvolvimento desta ferramenta tão essencial ao bem-estar pessoal para que se possa atingir um nível de qualidade profissional mais elevado, associado a uma melhor satisfação e produtividade.

Trabalhar a inteligência emocional é um grande caminho para o sucesso pessoal e profissional. A perspectiva daquilo que nos rodeia e o quebrar de mitos e de crenças com as quais crescemos muda radicalmente com as ferramentas de desenvolvimento desta área.

É preocupante o estado da saúde da mental dos jovens. Pelas mais variadas razões, ainda muitos não estão familiarizados com as técnicas e as mais-valias decorrentes do desenvolvimento e do conhecimento das emoções que levam à redução de níveis de stress e de ansiedade. Como as controlar e como as conhecer está fora da órbita de muitos.

Preparar o mais cedo possível o jovem para que enfrente o futuro com a maior força emocional possível deveria ser tão importante como é hoje aprender português ou matemática. O ensino, seja ele de que nível for, deverá alargar o seu método e ir mais além. Isto significa dar atenção a matérias como o desenvolvimento e preparação do cidadão do futuro tendo em conta a sua saúde mental.

Defendo que a escola deveria ensinar técnicas de meditação e outras que ajudem ao equilíbrio pessoal dos alunos para que, gradualmente, se preparem psicologicamente para combater, sem prejuízo da sua saúde mental, os enormes desafios que se adivinham cada vez mais difíceis, só ultrapassáveis com grande capacidade de resiliência onde a inteligência emocional tem um grande e valioso contributo.

Se é real a necessidade de um bom equilíbrio pessoal e mental, os pais dos alunos mais atentos ao tema serão aqueles que mais se poderão socorrer a especialistas e profissionais da área. Porém, muitos não terão capacidade financeira para que os seus filhos possam, com a frequência necessária, praticar técnicas para o seu desenvolvimento emocional. Esta preocupação deveria ser tida em consideração pela tutela. Sinais de alerta e terrivelmente preocupantes não faltam.

Nada disto é ainda pensado nos dias que correm. A escola limita-se ao ensino das “matérias-primas”, como outrora, esquecendo-se das características da evolução das sociedades cada mais exigentes e competitivas. É urgente, a bem da construção de alunos e jovens com índices de felicidade que nos possam tranquilizar, que a escola repense uma grande parte do seu projecto educativo. Um grau elevado de desenvolvimento emocional trará soluções mais ajustadas aos desejos de cada indivíduo e, por consequência, mais felicidade.

Tudo isto só será conseguido quando virmos o ensino a dar maior importância ao tema da inteligência emocional como hoje se faz nas grandes organizações onde se consegue reter talento verificando-se níveis de satisfação e produtividade acima da média.

Teremos, apostando na inteligência emocional desde cedo, uma sociedade muito mais equilibrada socialmente quando a todos os jovens ainda estudantes lhes for dada a oportunidade para que façam nas suas escolas treinos de inteligência emocional. Até lá, vamos lendo estudos e relatórios que assustam qualquer um.

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