Linhas de crédito, dinheiro e dádivas para combater e recuperar dos incêndios

O BCP e BPI abriram contas solidárias e o primeiro criou condições especiais de crédito à habitação para os madeirenses. O Santander Totta doou à Madeira 500 mil euros. A Prio enviou 5000 litros de combustível para Águeda. Ajuda alimentar multiplica-se nos supermercados.

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O fogo continuava a lavrar no Funchal na tarde desta quinta-feira Miguel Manso

A solidariedade em tempo de fogos chega não só através dos particulares, mas também das empresas e dos bancos. Há mesmo uma distribuidora de combustíveis que também se junta para ajudar.

Em menos de 24 horas foram transferidos 10.000 euros para a conta solidária disponibilizada pelo Millennium BCP, que soma já 20.000 euros (o banco doou a outra metade). O montante destina-se a apoiar a reparação dos danos causados pelos incêndios na Madeira. O balanço provisório aponta para prejuízos na casa dos 55 milhões de euros.

Também como forma de apoio aos madeirenses, o banco criou algumas “condições especiais” para os clientes particulares com crédito à habitação. Condições estas que se traduzem na possibilidade de, enquanto não houver uma resposta por parte das seguradoras, os clientes não terem de pagar a mensalidade ao banco (carência de amortização de capital).

Também o BPI, em conjunto com a SIC Esperança, abriu uma conta solidária, esta a favor das vítimas dos incêndios em todo o país. O banco contribuiu com 100 mil euros para esta conta e manifestou a disponibilidade para colaborar com as autoridades e "apoiar o esforço de recuperação do património atingido", lê-se em comunicado.

A partir desta sexta-feira, também está disponível a conta “Diocese do Funchal – Campanha Renascença 2016”, apoiada pela Rádio Renascença, com as populações afectadas na Madeira.

Já o Santander Totta optou por doar directamente 500 mil euros à região autónoma. O donativo, anunciado esta quinta-feira, será entregue de “imediato”, adiantou a instituição em comunicado. O banco ficou com o Banif, o maior banco do arquipélago, na sequência da medida da resolução aplicada pelo Banco de Portugal.

O Santander adianta ainda que irá estabelecer “em breve” linhas de financiamento especial de apoio “à regularização da vida das populações”. A ser criado, este financiamento destina-se a particulares e empresas.

Por volta das 19h30 desta quinta-feira, o incêndio de Águeda era uma das três frentes de fogo que mais operacionais e meios mobilizava em Portugal Continental: eram 355, apoiados por 112 veículos em terra e quatro no ar. Foi para auxiliar o combate a este incêndio, que lavra desde a madrugada de segunda-feira, que a distribuidora de combustíveis Prio doou 5000 litros para encher os tanques das viaturas que estão ao serviço.

O objectivo da Prio, uma empresa nascida em Aveiro, é que os bombeiros de todo o país abasteçam as suas viaturas no posto de Águeda, disponibilizado aos profissionais locais.

Também os supermercados responderam ao apelo da Associação Nacional de Bombeiros: as corporações que combatem nas zonas mais fustigadas pelos incêndios podem abastecer-se gratuitamente de bens essenciais no Continente e o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto começou a distribuir cabazes com alimentos. Água, leite, sumos, laranjas, bolachas e bolos estão a ser distribuídos pelas corporações de Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo, Arouca e Águeda.

A Cruz Vermelha de Alpendorada também já iniciou uma recolha de alimentos para doar aos Bombeiros de Castelo de Paiva, um gesto feito por várias associações locais, e o Neopop doou o que sobrou dos três dias de festival.

Texto editado por Luís Villalobos

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