The New Day, o primeiro novo diário britânico em três décadas, chegou às bancas

"Seriamos completamente idiotas se lançássemos apenas mais um jornal. Mas não é", garante a equipa editoral.

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O primeiro número do jornal foi distribuído gratuitamente Daniel SORABJI/AFP

Uma coluna assinada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, a defender a permanência do Reino Unido na União Europeia marca esta segunda-feira o número de lançamento do The New Day, o primeiro diário britânico a ser lançado em três décadas.

Publicado pelo grupo editorial Trinity Mirror, o jornal espera ter sucesso num sector marcado pela quebra acentuada das receitas publicitárias e do número de leitores, cenário que levou o The Independent, jornal criado em 1986, a abandonar as edições em papel e a apostar exclusivamente, a partir de 26 de março, no digital.

"Seriamos completamente idiotas se lançássemos apenas mais um jornal. Mas não é", refer a apresentação  escrita pela equipa editorial. "Sim, temos notícias e somos feitos em papel. Mas as semelhanças acabam por ai. Sabemos que [o The New Day] não pode ser apenas mais outro jornal", reforça a nota editorial, assegurando que a linha editorial será desprovida de qualquer "orientação política".

Neste primeiro número, o jornal publicou uma coluna de David Cameron sobre os eventuais perigos do 'Brexit', como é conhecida a saída britânica da União Europeia (UE), e a importância de votar pela manutenção na UE no referendo agendado para o próximo dia 23 de junho.

"É um novo dia. Um novo dia em que três milhões de pessoas vão trabalhar num emprego que está ligado aos negócios britânicos com a Europa", escreveu o primeiro-ministro britânico.

Para a primeira página, o novo diário apostou numa reportagem sobre crianças que substituem os pais nas tarefas domésticas ou na educação dos irmãos.

Orientado para o consumo e estilos de vida e com um público-alvo entre os 35 e os 55 anos, o jornal também publicou artigos sobre a actriz Cate Blanchett e a cantora Lady Gaga, uma dupla página central com uma imagem do Reino Unido visto do espaço, um texto sobre como "viver gratuitamente" e uma reportagem sobre a situação das crianças albinas em África.

O diário, autónomo do Daily Mirror, outro título do grupo Trinity Mirror, pretende atrair "um vasto público de mulheres e homens que procuram algo de diferente", explica a nota editorial.

O primeiro número do jornal foi gratuito e distribuído em 40 mil pontos de venda.

Com 40 páginas, o diário será vendido durante as próximas duas semanas com o preço de capa de 25 pences (32 cêntimos), aumentado depois para 50 pences (63 cêntimos), valor praticado por outros tablóides britânicos.

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