Dilma reduz em dez o número de ministérios

Pressionada pela crise política e económica, Presidente do Brasil avança com reforma administrativa e venda de imóveis

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Na campanha de 2014, Presidente criticou propostas de redução de ministérios Stephen Lam/REUTERS

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, decidiu fazer uma reforma da administração pública que prevê o corte de dez dos 39 ministérios e reduz o número de secretarias e cargos.

Com o objectivo de reduzir despesas e aumentar receitas, o Governo lançará também um programa de venda de imóveis do Estado.

“Até ao fim de Setembro vamos apresentar uma reforma administrativa” disse, esta segunda-feira, o ministro do Planeamento, Nelson Barbosa, comunicando a decisão anunciada por Dilma numa reunião de coordenação política com os principais membros do Governo. “Estamos trabalhando com meta de referência de reduzir o número de ministérios em dez.”

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, disse que a Presidente sempre foi a favor de uma reforma administrativa e que a questão era o calendário da sua concretização.

Mas a imprensa brasileira recorda que na campanha eleitoral de 2014, Dilma Rousseff criticou propostas de redução do número de ministérios feitas pelos adversários e chegou a acusar o seu principal concorrente, Aécio Neves, de “cegueira tecnocrática”.

A Folha de São Paulo escreve que Dilma – com falta de apoios sólidos no Congresso e constestação nas ruas –  foi “pressionada” pela crise política e económica” e cedeu face aos “resultados cada vez mais negativos na economia e à pressão dos ministros da sua equipa económica”.

O mesmo jornal diz que apesar de ainda não haver decisões finais sobre as pastas que serão suprimidas, está em estudo a fusão do Trabalho com a Previdência Social, a integração da secretaria da Pesca no ministério da Agricultura e a junção dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social.

A secretaria dos Direitos Humanos incorporaria as da Mulher e da Igualdade Racial, mas esse figurino será muito criticado no Partido dos Trabalhadores, da Presidente, onde prevalece o entendimento de que o Governo tem de dar urgentemente sinais à esquerda em vez de o fazer apenas para o mercado – com medidas como o ajustamento fiscal.

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