Dois homens de origem tchetchena acusados pela morte de Boris Nemtsov

O tchetcheno Zaur Dadaiev admitiu ter participado no crime. Há mais três homens detidos e um sexto elemento suicidou-se quando foi cercado pela polícia.

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Tatyana Makeyeva/Reuters

As autoridades policiais e judiciais russas anunciaram neste domingo ter detido cinco pessoas por suspeita de envolvimento no assassínio do opositor Boris Nemtsov, baleado no dia 27 de Fevereiro perto do Kremlin, em Moscovo. Dois foram formalmente acusados de envolvimento e, avança a BBC, um deles, Zaur Dadaiev, admitiu em tribunal ter participado no crime.

Além de Dadaiev, foi acusado Anzor Gobachev. A agência noticiosa russa RIA Novosti diz que Dadaiev era chefe-adjunto de um batalhão da polícia tchetchena e que Gobachev trabalhava para uma empresa de segurança privada em Moscovo. Sobre os outros suspeitos nada foi adiantado.

Albert Barakhoiev, do Conselho de Segurança da Inguchétia disse à RIA Novistia que os dois primeiros suspeitos foram detidos nesta república russa vizinha da Tchetchénia, na companhia de outros dois homens, ambos tchetchenos, sendo um deles o irmão mais novo de Anzor Gobachev.

Uma fonte da investigação avançou ao jornal americano The New York Times que as atenções estão centradas na Tchecthénia, local onde nasceram todos os detidos e uma região com uma forte presença separatista e islamista. Um sexto homem, avança o jornal, suicidou-se na Techetchénia fazendo rebentar uma bomba quando estava cercado pela polícia, no sábado.

A lei russa determina que um suspeito seja presente ao tribunal nas 48 horas após a sua detenção, sendo então determinado se fica em prisão.

Há muitas hipóteses, mas não uma certeza, sobre os motivos deste assassínio, que o Governo russo disse ter tido motivos políticos. O Presidente Vladimir Putin acusou os autores do crime de pretenderem "desestabilizar o país".

Os investigadores disseram que todas as pistas estão em aberto, desde a que liga Nemtsov à Ucrânia – o opositor era contra a actuação da Rússia e dois dias antes participara num marcha contra a presença russa nos territórios separatistas –, à pista islamista – Nemtsov defendeu os cartoonistas e humoristas do jornal satírico Charlie Hebdo assassinados por jihadistas em Paris, no início de Janeiro.

O Presidente ucraniano Petro Poroshenko declarou que Nemtsov - antigo deputado - foi assassinado porque planeava revelar provas do envolvimento russo no conflito na Ucrânia. Um político da oposição, Ilia Iashin, também confirmou que Nemtsov estava a investigar a participação de soldados russos naquele país.

 
 

   

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