Diálogo em Moçambique é a via defendida pelas duas partes, diz mediador

Presidente Armando Guebuza lembra que a Constituição "não admite dois exércitos, duas ordens".

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Armando Guebuza realiza uma presidência aberta na província de Sofala MARCO LONGARI/AFP

De Moçambique, chegam notícias, através da RDP África, de que a noite foi mais calma na província de Sofala, onde estão concentradas as atenções desde a tomada pelo Exército moçambicano, na segunda-feira, da base de Satungira, na serra da Gorongosa. Era aí que estava aquartelado, há um ano, o líder da Renamo Afonso Dhlakama. A tomada da principal base da Renamo foi justificada pelas autoridades como uma resposta a uma “provocação” com um alegado ataque de homens armados da Renamo.

Depois da tensão em Marínguè, há sinais de um regresso à normalidade nesta localidade, afirmou a esta estação de rádio o administrador do distrito. Em Maputo, também o mediador independente Lourenço do Rosário manifestou esperança num diálogo, dizendo que é a via privilegiada por ambas as partes.

“A Renamo reafirma que não deseja um regresso à guerra”, afirmou Lourenço do Rosário citado pela Lusa e AFP. O negociador que faz a ponte entre os dois lados nas negociações acrescentou que Guebuza também privilegia “o diálogo” apesar dos incidentes dos últimos dias.

Ao assalto das Forças Armadas na segunda-feira, seguiu-se um ataque e depois outro, entre a madrugada e o fim da tarde de terça-feira. Primeiro a um posto da polícia em Marínguè e depois a uma coluna militar na região de Muxúngué, distrito de Chibabava. Ambos na mesma província onde o Presidente Armando Guebuza realiza, desde o início da semana, uma presidência aberta.

Em encontros com a população, relatados pelo jornal O País, Guebuza abordou a situação actual. Lembrou a importância dos Acordos de Paz de 1992, assinados em Roma, frisando que a Constituição “não admite que haja dois exércitos, duas ordens em Moçambique”.

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