As "imagens espectaculares" mas falsas do Sandy

A imagem de uma tempestade no Nebraska sobreposta à Estátua da Liberdade
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A imagem de uma tempestade no Nebraska sobreposta à Estátua da Liberdade
Um fotograma do filme O Dia Depois de Amanhã
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Um fotograma do filme O Dia Depois de Amanhã
A troca da guarda no Memorial ao Soldado Desconhecido no cemitério de Arlington, uma foto verdadeira mas de Setembro
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A troca da guarda no Memorial ao Soldado Desconhecido no cemitério de Arlington, uma foto verdadeira mas de Setembro

As redes sociais transbordam de Sandy. Facebook, Twitter, Instagram… Já há jornalistas de tecnologia a apostar que “o furacão Sandy pode ser o grande momento do jornalismo cidadão no Instagram".

Aquela imagem surpreendente da nuvem densa que parece preparar-se para engolir a Estátua da Liberdade, e que, aliás, foi partilhada milhares de vezes antes da tempestade ter chegado a Manhattan? Falsa. A estátua é a estátua, a tempestade também aconteceu mas no Nebraska.

A senhora de braço erguido e tocha na mão é protagonista de outras falsificações, incluindo uma em que surge parcialmente submersa e é atingida por uma grande onda – trata-se de um fotograma do filme O Dia Depois de Amanhã com o logotipo de uma televisão de Nova Iorque sobreposto.

Muitas imagens espectaculares – ao final do dia de segunda-feira, estavam a ser publicadas dez fotografias por segundo no Instagram com o hashtag #sandy – e muitas fotografias falsas partilhadas à exaustão.

As falsificações são tantas que alguns jornais, como o Guardian, dedicaram textos com passos básicos para as identificar, pedindo ajuda aos leitores. E já surgiram sites, como o "Is Twitter Wrong?", com o único objectivo de fazer uma lista das imagens falsas.

O site da revista Atlantic tem um postque vai actualizando à medida que mais fotos falsas são identificadas (ou que imagens inicialmente consideradas suspeitas são verificadas). O jornalista Alexis Madrigal divide as falsificações em três variedades: “1) Fotos verdadeiras que foram tiradas há muito tempo, mas que são reintroduzidos como imagens do Sandy, 2) Montagens que são falsificações simples, e 3) a combinação das duas primeiras: fotos antigas, manipuladas no Photoshop e postas de novo a circular”.

O Poynter Institute também dedica um texto a tentar ajudar os jornalistas a “evitarem ser enganados”. “O primeiro passo é não partilhar nenhuma imagem que se vê a circular online. Verificar ou não espalhar. Estas são as opções.” Seguem-se links para guias de verificação e conselhos gerais: verificar os dados ocultos no ficheiro (tipo de máquina, último software usado para guardar a imagem); procurar sombras, reflexos e linhas de perspectiva (irregularidades que podem ter escapado ao autor da manipulação); marcas de ferramentas que podem ter sido usadas na manipulação, como uma repetição de pixéis.

“Em termos gerais, lembrem-se de estar sempre atentos às ‘imagens espectaculares’ que circulam durante acontecimentos de última hora”, conclui Craig Silverman no site do Poynter. "Momentos como o do Sandy são ideais para os autores de manipulações e não há nada que eles adorem mais do que levar os jornalistas a partilhar as suas obras”

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