É a primeira mina no fundo do mar. Fica a 1600 metros, na Papuásia-Nova Guiné

Encontra-se no outro lado do mundo, a mais de 15 mil quilómetros de Portugal. Mas aquela que está prestes a tornar-se na primeira mina no mar profundo pode vir a ter uma ligação a Portugal. A empresa canadiana que a vai explorar, a partir de 2013, a Nautilus Minerals, pediu uma licença de prospecção de minérios ao largo dos Açores. O pedido está em negociação.

Passaram-se quase 30 anos desde que o geólogo canadiano Steven Scott, da Universidade de Toronto, vaticinou que haveria de chegar o dia em que iríamos extrair minério do fundo do mar. Esse dia está a um passo de se tornar realidade, no oceano Pacífico, em águas territoriais da Papuásia-Nova Guiné.

Naquela altura, em 1984, quando Steven Scott fez essas declarações à Graduate, revista dos antigos alunos da sua universidade, estava longe de o saber, mas viria a ter um papel importante naquela que vai ser a primeira mina no fundo do mar. Foi ele, em conjunto com o geólogo australiano Ray Binns, quem descobriu o depósito de cobre e ouro no fundo marinho que, em 2013, deverá começar a ser explorado pela empresa canadiana Nautilus Minerals. Estava-se então em 1996, mas os antecedentes dessa descoberta recuam ainda mais de uma década, até 1985. "Tudo começou quando estava a dar palestras na Austrália", contou Steven Scott ao P2, quando esteve recentemente em Lisboa.

Numa palestra em Sydney, nesse ano de 1985, Steven Scott falou de fontes hidrotermais - emanações de água bastante quente vinda do interior da Terra, muitas vezes carregadas de metais, como ouro, cobre, prata e zinco. Ao entrarem em contacto com a água fria do mar, os metais precipitam-se, parecendo que está a libertar-se fumo negro, e vão-se acumulando depósitos de minério. Essa acumulação de materais também vai criando estruturas em forma de chaminés, tão características das fontes hidrotermais.

Na altura da palestra, as fontes hidrotermais no mar profundo eram uma novidade científica recente. Tinham sido descobertas apenas em 1977, no oceano Pacífico, ao largo das Galápagos, e surpreenderam a comunidade científica porque à sua volta havia uma riqueza de vida que não dependia da luz solar. Inesperadamente, trouxeram uma nova hipótese sobre a origem da vida. Nas fontes, aonde a luz solar não chega, o que estava na base da cadeia alimentar não eram as plantas nem a fotossíntese, mas microorganismos capazes de usar os compostos químicos trazidos por estas emanações de água e que serviam de alimento a outros seres vivos e assim sucessivamente. Só que as fontes encontradas em 1977 libertavam fluidos translúcidos. Eram white smokers, como são conhecidos este tipo de fontes. Ainda não eram aquelas que viriam a surpreender ainda mais os cientistas: as que libertam o que parece o tal fumo negro, detectadas no Pacífico em 1979, durante um mergulho do submersível norte-americano Alvin. As fontes negras, ou black smokers, com fluidos cheios de metais, permitiram que se fizesse luz sobre certos depósitos de minério em terra: os sulfuretos maciços polimetálicos.

Como especialista nestes minérios em terra, que tiveram a sua génese no vulcanismo, Steven Scott foi quem estabeleceu essa relação com o mar, quando viu as primeiras fotografias de black smokers na revista National Geographic, em 1979. "Disse a mim próprio: "Aqui está a resposta às perguntas que tenho feito."" Três anos depois, em 1982, estava a ver black smokers ao vivo, a bordo do Alvin, no golfo da Califórnia, que banha o México. "Olhei para os black smokers e apercebi-me de que podiam ser minas no futuro. Fiz a ligação entre a terra e o mar: vi que estes depósitos eram a mesma coisa."

Do cadáver ao corpo vivo

São desta época as suas declarações à revista Graduate, em que previa a futura mineração no mar, em locais de fontes hidrotermais. No Alentejo, a mina de Neves-Corvo, rica em cobre, foi assim que se formou há milhões de anos. Os seus depósitos de sulfuretos maciços polimetálicos, hospedados em rochas vulcânicas, são um caso de estudo a nível mundial. "A mina de Neves-Corvo é extraordinária, pela grandeza do depósito e pelo alto teor de cobre", explica a geóloga Filipa Marques, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que fez o pós-doutoramento com Steven Scott.

"Antes eu era um geólogo que olhava para os depósitos de minério como um patologista. Olhava para o cadáver e tentava perceber como tinha morrido", recorda Scott. "Quando mergulhei no Alvin era como se estivesse a ver um corpo vivo. Passei de patologista a médico. Vi as coisas a acontecer, tive uma noção do processo, da escala..."

Era de tudo isto que Scott falava na palestra em Sydney, em instalações da Organização da Commonwealth para a Investigação Científica e Industrial (CSIRO, na sigla inglesa), a agência para a ciência da Austrália. "Mostrei uma imagem, na National Geographic, de fontes hidrotermais no Pacífico ocidental. E perguntei: por que não fazer este tipo de investigação? Um tipo que conhecia, Ray Binns [da CSIRO], disse que tinha umas ideias, mas não sabia como o fazer", conta Scott. "Nessa noite, a minha mulher leu no jornal que a CSIRO tinha um navio novo, o Franklin. Telefonei ao Binns, e em 1986 começámos a trabalhar no navio."

Foram à procura de fontes ao largo da Papuásia-Nova Guiné. O seu interesse era puramente científico, sem fito económico. Queriam compreender a geologia por detrás das fontes hidrotermais, que surgem associadas ao vulcanismo. Neste caso, queriam perceber as fontes relacionadas com os arcos insulares, ilhas vulcânicas alinhadas em forma de arco, que surgem quando uma placa tectónica oceânica mergulha por baixo de outra placa oceânica e se funde. Essa destruição causa vulcanismo à superfície, formando-se a linha de ilhas em arco.

Outro local de formação das fontes é nas dorsais médio-oceânicas, onde as placas tectónicas estão a afastar-se e vai nascendo crosta oceânica nova. É o caso da Dorsal Médio-Atlântica, não muito longe dos Açores, onde têm sido descobertas várias fontes.

Actualmente, em todo o mundo, já se identificaram mais de 300 campos de fontes hidrotermais.

Após várias campanhas no navio Franklin, com descobertas de fontes e depósitos de minérios pelo meio, Steven Scott e Ray Binns depararam, em Dezembro de 1996, com um grande depósito de sulfuretos maciços polimetálicos, a 1600 metros de profundidade, no mar de Bismark. Chamaram-lhe Suzette, que mais tarde foi rebaptizado Solwara 1 pela Nautilus Minerals, e as suas chaminés "fumegantes" foram filmadas por câmaras de vídeo submersíveis. "Havia centenas de chaminés. Era impressionante", descreve Steven Scott.

"As amostras das chaminés activas [que estão a lançar fluidos] são excepcionalmente ricas em cobre (e em ouro, como descobrimos mais tarde)", lê-se por sua vez no relatório dessa campanha, chefiada pelos dois geólogos.

Não tardou nada que esse depósito suscitasse interesse, tanto mediático como económico. Assim que o navio atracou na Austrália, o comunicado de imprensa que a equipa tinha enviado surtiu efeito: Ray Binns foi entrevistado por Julian Malnic, um jornalista com formação em Geologia, que logo achou que fazia mais sentido reclamar a exploração desse pedaço do fundo do mar do que escrever apenas sobre ele. "Julian Malnic formou a empresa Nautilus Minerals baseado na descoberta que fizemos", realça Scott. "É um bom exemplo de como a investigação fundamental tem de ser apoiada pelos Governos, porque podemos acabar por descobrir algo que vale milhões de dólares. Investigação pura levou à economia e a Nautilus aproveitou essa investigação", refere Scott, que é também consultor desta empresa, cotada nas bolsas de Toronto e Londres.

Ainda em 1997, Julian Malnic (que já não está na Nautilus) conseguiu que a empresa se tornasse a primeira a obter de um país, a Papuásia-Nova Guiné, uma licença de prospecção de minérios offshore. Essa licença, para confirmar se os teores de minério justificavam uma mina, tornou-se numa licença de exploração há um ano. Com a duração de 20 anos, cobre cerca de 59 quilómetros quadrados à volta de Solwara 1, embora o depósito que agora vai ser minerado seja de apenas 0,11 quilómetros quadrados. Entretanto, a Papuásia-Nova Guiné decidiu exercer o seu direito de posse de até 30% deste projecto de mineração, pelo que terá de pagar essa percentagem do investimento incial. A crise mundial atrasou os planos, atirando o início da actividade no depósito descoberto por Scott e Binns de 2010 para 2013. "Ainda estou à espera, mas vai acontecer. É bom que me convidem para a abertura da mina", brinca o geólogo canadiano, que tem uma certeza: "Vamos minerar os oceanos. Não só os sulfuretos maciços polimetálicos, mas também os nódulos polimetálicos."

Nova era nos oceanos

Está-se, portanto, à beira de uma nova era de exploração dos oceanos, uma ambição que remonta à década de 1970. Desde então que se previa a extracção de minerais do fundo do mar. No início, as atenções recaíram nos nódulos polimetálicos, formados por camadas de manganês, cobre, cobalto e níquel, que, sem se saber bem porquê, se concentram à volta de um núcleo. A maior parte dos nódulos é do tamanho de uma batata. O grande problema é que se formam a profundidades da ordem dos quatro mil metros, ou mais, nas planícies abissais, muitas vezes em águas internacionais. "Nos anos 70 e 80, houve tentativas de minerar os nódulos. Gastaram-se milhões de dólares, mas essas tentativas falharam, porque não havia um bom conhecimento dos teores de metais. Eram exagerados e o preço dos metais também caiu", explica Steven Scott.

Por outro lado, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, assinada em 1982 e que entrou em vigor em 1994, só então trouxe o enquadramento para explorar estes recursos em águas internacionais, para lá da jurisdição dos países e que são património de toda a humanidade. É à Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, na sigla inglesa), com sede em Kingston, Jamaica, que compete pronunciar-se sobre a prospecção e exploração dos recursos não-vivos no solo e subsolo marinhos fora da jurisdição dos países, estabelecendo, por exemplo, as regras e os contratos com as empresas e os países interessados. Também define os valores a pagar pelas empresas à ISA pela exploração desses fundos, fazendo depois a distribuição das verbas pelos países em vias de desenvolvimento.

Mas se os sulfuretos maciços polimetálicos se encontram a profundidades mais acessíveis, e até dentro de áreas de jurisdição dos países, porquê só agora a primeira mina? "Porque a indústria mineira é muito conservadora. É um negócio de alto risco e não gostavam do risco do trabalho no fundo do mar", responde Steven Scott, acrescentando que está agora a ressurgir este interesse, incluindo da parte dos Governos.

Jonathon Lowe, responsável pela área da prospecção na Nautilus, que esteve também há pouco tempo em Portugal, junta outras razões: "Agora é altura certa devido aos avanços tecnológicos. Havia uma barreira tecnológica, mas a indústria do petróleo e do gás está a atingir estas profundidades e maiores", responde, explicando ainda que a maior parte do que está a ser feito na mina de Solwara 1 consiste na integração de tecnologias das indústrias petrolífera e mineira. "O preço [do cobre] está mais alto agora. E os teores de cobre são muito altos [neste depósito], por isso o trabalho de operação é menor para obter a mesma quantidade de cobre de uma mina em terra", diz.

"Temos de competir por cobre com a Ásia. De onde virá esse cobre?", refere ainda Lowe. "E as empresas "verdes" precisam de cobre." A este propósito, Steven Scott sublinha que um carro híbrido contém 50 quilos de cobre, valor que sobe para 100 quilos se for todo eléctrico.

No depósito de Solwara 1, os teores de cobre são cerca de 8%, um valor muito acima de uma mina de sulfuretos maciços polimetálicos em terra. A de Neves-Corvo tem em média teores de 3% de cobre. Ao contrário das minas em terra, os especialistas sublinham que, no mar, a quantidade total de rocha a remover com minério será menor, as intervenções serão cirúrgicas e as máquinas poderão ser mudadas para outros depósitos.

Actualmente, a Nautilus pensa ter minério em Solwara 1 para dois a três anos de exploração inicial. "Esperamos ter ainda mais um a dois anos, o que pode significar cinco anos neste sítio", diz Jonathon Lowe.

Mas os planos desta empresa vão muito para lá deste depósito e do Pacífico, e cruzam-se com Portugal (já lá iremos). Tem já 600 mil quilómetros, tanto de pedidos como de licenças de prospecção atribuídas, em locais que vão da Papuásia-Nova Guiné até às ilhas Fiji, Tonga, Vanuatu, Salomão, Nova Zelândia e Pacífico oriental. É aliás nesta última parte do Pacífico que se concentra agora uma corrida aos (antes abandonados) nódulos polimetálicos, na chamada Zona de Clarion-Clipperton, em águas internacionais, entre o México e o Havai. Além da Nautilus, a ISA já atribuiu, nessa enorme área, licenças de prospecção à China, Japão, Coreia do Sul, Rússia, Alemanha, França e a um consórcio de países (Bulgária, Cuba, República Checa, Polónia, Rússia e Eslováquia). No Índico, a Índia também está a fazer a prospecção dos nódulos.

O interesse pelos Açores

Os campos hidrotermais dos Açores não passaram despercebidos à Nautilus, que apresentou um pedido de prospecção e pesquisa de sulfuretos maciços polimetálicos. "Conhecemos pouco sobre os Açores, mas há aí potencial, que levamos a sério", disse Jonathon Lowe quando esteve em Portugal, em Novembro. Nessa viagem, manteve contactos com as autoridades portuguesas, nomeadamente o secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, e o secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses.

"Embora já houvesse contactos com a Direcção-Geral de Energia e Geologia desde 2007, o pedido da Nautilus foi formalizado em Junho de 2008", confirma Carlos Caxaria, subdirector-geral de Energia e Geologia. Esse pedido, refere, contemplava quatro áreas, cada uma com mil quilómetros quadrados.

Desde a década de 1990 que têm sido descobertos campos hidrotermais dentro das 200 milhas náuticas da zona económica exclusiva (ZEE) dos Açores, como o Lucky Strike, Menez Gwen e Monte Saldanha.

"Os alvos definidos [pela Nautilus] tinham como centro de gravidade três campos e denominavam-se Menez Gwen, Saldanha e Lucky Strike Norte e Sul", informa Carlos Caxaria.

Mas o Lucky Strike e Menez Gwen (entre outros campos) foram agora classificados como áreas oceânicas protegidas e incluídos no Parque Marinho dos Açores, para preservar os seus habitats, ecossistemas e valores geológicos, tendo ficado interdita a exploração mineral.

Face a esta legislação regional, publicada em Novembro de 2011, foi pedido à Nautilus que reformulasse a sua proposta. "É um assunto de gestão partilhada entre o Governo da República e o Governo Regional dos Açores, que só recentemente foi concertado. A empresa ficou de refazer o pedido de áreas, de forma a excluir as áreas de protecção marinha entretanto demarcadas pelo governo regional", explica Carlos Caxaria. "O aprofundamento do conhecimento destas "áreas protegidas" poderá ser aumentado de forma significativa, através de contrapartidas que eventualmente venham a ser negociadas com a Nautilus", realça. "Essas áreas serão excluídas, ou incluídas mediante condições que o governo regional venha a dizer. Pode ser só com o objectivo de investigação e até chegar-se à conclusão de que há áreas que não interessa proteger."

Frederico Cardigos, director regional dos Assuntos do Mar do Governo Regional dos Açores, refere que "a exploração dos recursos minerais é um assunto estratégico", que terá de ter competências partilhadas entre a região e o Governo da República. "O Governo Regional dos Açores considera estas manifestações de interesse sobre a exploração mineralógica extremamente importantes", diz Frederico Cardigos.

Mas se, em mais estudos, se confirmar que os sítios de fontes hidrotermais já descobertos e outros que se descubram têm interesse ambiental e científico, então para Cardigos terão de ser salvaguardados para as gerações futuras. "Se houver interesse ambiental associado a estas estruturas, ele perde-se com a exploração mineralógica. Qualquer espécie exclusiva desse local deixaria de existir. Os interesses ambientais e científicos terão de ser considerados."

Se a Nautilus tiver autorização para a prospecção, as técnicas que usar nos campos hidrotermais protegidos não deverão ser invasivas das camadas abaixo do fundo mar, defende o secretário regional dos Assuntos do Mar. "Ou que o [seu] nível de invasão não coloque em risco a biodiversidade nessa zona e o andamento da investigação", acrescenta, reconhecendo que, porém, deste trabalho pode resultar a descoberta de novas fontes com importância biológica e científica.

Resta saber se a Nautilus, nestas condições, decide avançar para os Açores. Cauteloso, Joe Dowling, vice-presidente da empresa e o seu porta-voz, apenas sublinha, por email, que "a negociação está nas fases iniciais". "Estamos interessados em trabalhar com as autoridades portuguesas e organizações científicas para identificar novos sistemas [de fontes hidrotermais] na ZEE portuguesa", diz por ora.

Pela sua parte, o etólogo marinho Ricardo Serrão Santos, pró-reitor para a Integração dos Assuntos do Mar da Universidade dos Açores, não vê com maus olhos a chegada da Nautilus aos mares da região, à procura de minério. "Desde que todo o processo seja acompanhado com a avaliação séria dos impactos, e envolvendo cientistas nacionais, tem de ir para a frente. Opor-se a isto é batalhar contra castelos de areia", diz Ricardo Serrão Santos. "É preciso ter acesso a essa riqueza, desde que tudo seja bem feito. Temos instrumentos jurídicos suficientes que permitem enquadrar esta actividade e há o Parque Marinho dos Açores."

Para as águas internacionais, já existem regras sobre a prospecção e exploração mineira de sulfuretos maciços polimetálicos, estabelecidas pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos: "Há critérios que podem ser aplicados nas zonas sob jurisdição nacional", defende Serrão Santos. "Mesmo para a ciência, vai ser interessante estar associado a esta capacidade de prospecção, porque vamos ganhar conhecimento."

Esse legado de conhecimento nos Açores é um dos aspectos que Jonathon Lowe quer destacar, a par das preocupações ambientais que diz que a sua empresa tem tido no depósito de Solwara 1. "Se tivermos a licença, a prospecção sistemática é um legado que deixamos nos Açores. Se o projecto não for viável, pelo menos deixamos mais conhecimentos sobre a área", diz. "Também gostaríamos de colaborar e partilhar dados com outros parceiros que fazem trabalhos de biologia marinha, geologia ou oceanografia na área. Estas campanhas são muito caras e um navio pode ser usado por outros."

Caso as negociações em curso cheguem a bom porto, o passo seguinte é a análise dos dados científicos coligidos ao longo dos anos. "Prevemos ficar um ano a olhar os dados e a fazer planos. No segundo e terceiro anos faremos programas [de prospecção] no mar, que ajudarão a perceber o que lá está. E se descobrirmos coisas, segue-se mais trabalho", afirma Jonathon Lowe.

Se um dia a abertura de uma mina no fundo do mar dos Açores for uma realidade, então esta história, que começou com Steven Scott e Ray Binns, vai dar a volta ao mundo e unir, de alguma forma, a Papuásia-Nova Guiné às ilhas portuguesas.

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