Onda de desmaios inexplicáveis em escolas de Angola

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Os primeiros casos reportam-se a Abril MIGUEL MADEIRA
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Os primeiros casos reportam-se a Abril MIGUEL MADEIRA

Governo criou comissão de inquérito para apurar causas. Polícia não encontrou substâncias tóxicas nas escolas afectadas

Mais de 800 estudantes angolanos, a maioria adolescentes, já sucumbiram numa inexplicável onda de desmaios que atingiu escolas da capital, Luanda, e das províncias do Namibe, Huíla, Cabinda, Cunene e Caxito. O Ministério do Interior constituiu uma comissão de investigação para apurar as causas dos desmaios, que têm sido atribuídos à inalação de uma substância tóxica desconhecida.

Os alunos que desmaiaram descreveram sintomas comuns de tosse e dores de garganta, inflamações oculares e falta de ar. Os primeiros casos reportam-se a Abril, mas, nas últimas semanas, a situação piorou. Professores e pessoal administrativo também foram internados com os mesmos sintomas.

O vice-comissário da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, garantiu ao diário queniano Daily Nation que testes efectuados "não confirmam a presença de nenhuma substância tóxica. Todos os resultados deram negativo", referiu.

O director do hospital psiquiátrico de Luanda, Rui Pires, que integra a comissão de investigação, disse ao mesmo jornal que a nenhum dos jovens internados na sequência dos desmaios tinha sido diagnosticado com "nenhum tipo de síndroma", sugerindo que os casos poderiam ser de índole psicológica.

Em Julho, um jovem de 19 anos foi detido e acusado de lançar um tipo de gás pimenta para uma escola do município do Cazenga.

O Comité para a Protecção dos Jornalistas, sedeado em Nova Iorque, denunciou o comportamento das autoridades angolanas, que detiveram e interrogaram durante 23 horas um jornalista da Rádio Ecclesia que fez uma reportagem sobre casos de desmaios numa escola de Luanda onde dá aulas de Inglês. Segundo aquela organização, Adão Tiago foi detido na sala de aula em frente aos seus alunos, por quatro polícias sem mandado de captura.

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