Abrantes perde projecto de 60 milhões

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O projecto tinha como público-alvo o mercado do Norte da Europa PAULO RICCA

Construção de um complexo médico devia ter começado no final de 2008, mas os promotores desistiram

Já lá vão três anos desde que foi anunciado o investimento de 60 milhões de euros na construção do complexo médico Ofélia Clube, na encosta norte da cidade de Abrantes. A expectativa inicial em torno do projecto era grande: para além de criar 500 postos de trabalho qualificados, o projecto colocaria o município na rota internacional do turismo de saúde. Mas o prazo de levantamento do alvará por parte dos construtores terminou em Dezembro de 2009, e a autarquia desistiu de esperar.

A queda do projecto foi anunciada ontem à Lusa por Jorge Dias, o empresário que esperava encaixar 2,5 milhões de euros com a venda dos seus terrenos ao promotor, o grupo francês Existence, para a instalação dos edifícios. A presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, explica que ainda não tinha declarado a caducidade do projecto por "acreditar" que o mesmo ainda poderia avançar. A autarca garante que não voltou a ser contactada pelo responsável do grupo, António Reis. O PÚBLICO tentou falar com o empresário, sem sucesso.

O complexo, cuja construção deveria ter arrancado até ao final de 2008, tinha como público-alvo o mercado do Norte da Europa, e iria englobar um edifício central e 11 edifícios-satélite, com 1560 camas, berçário, piscinas e restaurantes, com serviços diversificados na área dos cuidados continuados. A ideia era também construir um teleférico entre o centro da cidade e a zona comercial do complexo médico.

"A autarquia fez tudo o que podia para viabilizar o Ofélia, para que o promotor do loteamento e o investidor pudessem encontrar aqui as melhores condições para se instalarem", garante a presidente. Em 2008, quando aprovou o projecto, o executivo municipal decidiu alienar os terrenos ao preço simbólico de 1,25 euros por metro quadrado, para facilitar o processo de aquisição, e equacionou mesmo a candidatura do complexo a projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN), uma decisão que ficaria a cargo dos promotores.

À semelhança de Abrantes, também no Sabugal se aguarda o arranque da outra "filial" do Ofélia Clube, a cargo do mesmo grupo. O projecto, que implicaria o investimento de 45 milhões de euros, foi anunciado em 2008 e desde então ainda não avançou. Com Lusa

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