Christopher Lee abre e fecha o Fantas

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Christopher Lee em dr

The Resident, hoje à noite, e Season of the Witch, a 5 de Março, são dois filmes protagonizados pelo actor britânico, um ícone do cinema fantástico. Mas o Fantasporto é mais do que terror

Ele é o passado, o presente e, pelos vistos, também o futuro deste tipo de cinema. Falamos de Christopher Lee (n. 1922), o histórico actor britânico que marcou uma certa imagem do cinema de terror desde que no final dos anos 1950 deu corpo ao Conde Drácula, e hoje continua a ser requisitado para produções como O Senhor dos Anéis e Hobbit (com estreia prometida para 2012).

Christopher Lee não vai estar em pessoa no Fantasporto - o orçamento do festival não permitiu assegurar a sua vinda, apesar da disponibilidade do actor, que nem sequer exigiu cachet, explica o director, Mário Dorminsky -, mas estará omnipresente nos dois ecrãs do Teatro Rivoli, onde decorrem as secções oficiais do Fantas, de hoje até 6 de Março.

Esta noite (21h15), será um velho a assombrar Hilary Swank, uma jovem médica divorciada que decide viver sozinha num apartamento de Brooklyn, em The Resident, o filme que faz a abertura oficial do festival (chega às salas a 31 de Março) e que é a primeira experiência na longa-metragem do realizador finlandês Antti Jokinen, até aqui com carreira nos videoclips (será um dos convidados presentes no Porto). Na noite de 5 de Março, na sessão de encerramento do Fantas, Lee será um cardeal numa história de feitiçaria em Season of the Witch (Época das Bruxas, estreia comercial a 10 de Março), de Dominic Sena, protagonizado por Nicolas Cage. Amanhã, em Horror Hotel (A Cidade dos Mortos, 1960), de John Llewellyn, o prestigiado actor britânico será um professor de História apanhado numa trama de bruxaria - é um dos filmes da retrospectiva Rostos do Fantástico, com que o festival celebra os principais actores do género, de Bela Lugosi e Boris Karloff a Paul Naschy e Vincent Price.

Ainda que a programação do 31.º Fantas contenha uma dúzia de filmes "com cenas eventualmente chocantes", Mário Dorminsky insiste na ideia de que, desde há já várias edições, "o terror não é a prioridade". "Queremos sempre mostrar o cinema que está a ser feito na actualidade, e desde há muito alargámos o festival para uma vocação mais generalista, além de que entendemos o fantástico num sentido mais abrangente - tudo aquilo que não é realista", diz. E aponta a presença, na selecção oficial, de filmes seleccionados e premiados em festivais como Cannes, Veneza, Berlim e Locarno como "garantia de qualidade". Exemplos de alguns dos filmes de Cannes: o violento thriller Bedevilled, de Jang Cheol-So; a comédia Hahaha, de Hong Sang-Soo; e o filme de suspenseThe Housemaid, de Im Sang-Soo, todos da Coreia do Sul, este ano representada com cinco títulos de diferentes géneros, e que são "a expressão da ocidentalização do país após a realização do Mundial de futebol", nota Dorminsky. E ainda a história de amor Carancho, do argentino Pablo Trapero, e R U There, do holandês David Verbeek, sobre a geração Z, que cresceu já na era da Internet.

O director do Fantas assinala ainda a presença dominante do cinema europeu. "São mais de 80 por cento dos filmes, um quarto dos quais produções portuguesas". Nestas, Dorminsky contabiliza os 17 documentários que a cooperativa Cinema Novo, associada às Universidades Católica e do Porto (Faculdade de Belas-Artes), produziu sobre artistas plásticos, como Júlio Resende, Alberto Carneiro, Francisco Laranjo ou José Rodrigues. Há também a retrospectiva do produtor Paulo Trancoso, além das homenagens a Georges Méliès e Jean Renoir.

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