Dados sobre as listas de espera para cirurgia só deverão estar disponíveis na Internet dentro de dois meses

a Os doentes que estão a aguardar por uma operação nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde não vão poder consultar na Internet, já a partir deste mês, o tempo que falta para serem submetidos a cirurgia e a sua posição na lista de espera. A aplicação que permitirá concretizar esta medida - anunciada para o início deste mês - ainda não está operacional, o que só deverá acontecer a partir do final de Julho, adiantou ao PÚBLICO o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.Falta, justificou o governante, pôr a funcionar o sistema de identificação do cidadão, que possibilitará o acompanhamento dos interessados à evolução da sua posição na lista de inscritos para cirurgia em tempo real e a data estimada para a intervenção. Trata-se de um sistema single sign-on, com uma espécie de senha para garantir que só o interessado terá acesso à informação que lhe diz respeito, precisou.
Seja como for, Manuel Pizarro nota que esta informação já pode ser disponibilizada aos cidadãos em lista de espera, desde que estes telefonem para a central de atendimento do Sistema Integrado de Gestão dos Inscritos para Cirurgia (SIGIC). Também Pedro Gomes, o coordenador do SIGIC, lembra que os utentes podem telefonar para saber em que hospital estão inscritos e, em função dos doentes que têm à sua frente e da actividade normal do serviço onde vão ser operados, é-lhes facultada uma previsão da data da intervenção. Se preferirem, podem pedir este tipo de informação no próprio hospital onde estão inscritos, sublinha.
A informação já existe no sistema interno e os hospitais dispõem dos indicadores. "[Os dados] não estão é ainda disponíveis através do portal, mas penso que já foi lançado o concurso para a aquisição [da aplicação]", explica Pedro Gomes.
Na próxima semana os números do SIGIC relativos ao final de 2008 vão ser actualizados pelo Ministério da Saúde. Pedro Gomes limita-se a adiantar que se verificou uma melhoria em todos os indicadores, ainda que não tão marcada como a registada entre 2007 e 2006. Mesmo assim, acentuou, "a produção aumentou de forma significativa".
Em Setembro de 2008 (últimos dados disponíveis), aguardavam por uma cirurgia 181.099 doentes e o tempo médio de espera era então de 6,1 meses, enquanto a mediana (tempo provável para a intervenção) se ficava pelos 4,3 meses. Nessa altura, um quinto dos inscritos aguardava mais de nove meses pela cirurgia.
Falta uma espécie de senha para garantir que só o doente terá acesso à informação, diz o secretário de Estado da Saúde

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