Violação como crime de guerra: “Todas as mulheres me disseram que preferiam ter morrido”

Christina Lamb escreveu um livro sobre mulheres vítimas de violação em conflitos e diz-se perplexa com o modo como a questão é secundarizada e não chega aos tribunais internacionais. Na Ucrânia, há paralelos com o que descreveu noutras guerras.

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Christina Lamb DR

A correspondente de guerra britânica Christina Lamb (The Sunday Times) escreveu um livro sobre mulheres vítimas de violação, que não é só uma arma de guerra, como é mesmo “a arma mais barata” de um exército. No livro Our Bodies, Their Battlefield, Lamb fala com mulheres yazidis vendidas e trocadas por combatentes do Daesh como escravas sexuais, descreve a história das mulheres alemãs violadas por soldados soviéticos nos últimos dias da II Guerra Mundial (episódio que, nota, merece apenas uma curta menção num museu), passando pelas mulheres bósnias mantidas em “campos de violação” por militares sérvios e obrigadas a dar à luz bebés fruto das violações. Na Ucrânia, a violação está a ser usada como arma pelas tropas russas – a escala mostra que não está a acontecer por acaso, mas será muito difícil perceber se houve ordens da hierarquia, diz, numa entrevista por telefone ao PÚBLICO.

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A correspondente de guerra britânica Christina Lamb (The Sunday Times) escreveu um livro sobre mulheres vítimas de violação, que não é só uma arma de guerra, como é mesmo “a arma mais barata” de um exército. No livro Our Bodies, Their Battlefield, Lamb fala com mulheres yazidis vendidas e trocadas por combatentes do Daesh como escravas sexuais, descreve a história das mulheres alemãs violadas por soldados soviéticos nos últimos dias da II Guerra Mundial (episódio que, nota, merece apenas uma curta menção num museu), passando pelas mulheres bósnias mantidas em “campos de violação” por militares sérvios e obrigadas a dar à luz bebés fruto das violações. Na Ucrânia, a violação está a ser usada como arma pelas tropas russas – a escala mostra que não está a acontecer por acaso, mas será muito difícil perceber se houve ordens da hierarquia, diz, numa entrevista por telefone ao PÚBLICO.