Meg Stuart põe seres livres num mundo em vias de colapso

A coreógrafa norte-americana teve uma premonição no início de 2020. Daí nasceu Cascade, peça sobre deixar ir, perder o equilíbrio, voltar a tentar e falhar. Estreia marcada para o Rivoli, a 28 e 29, no Festival Dias da Dança.

Foto
Martin Argyroglo

Uma silhueta ensaia um equilíbrio precário entre dois insufláveis gigantes cobertos por um manto cósmico que, juntamente com a enorme rampa, absorvem grande parte da área do palco. Sobre eles, pendurados na teia, pairam destroços (que na verdade são fragmentos de esponja) recolhidos em redes, prometendo desabar. Parece uma estranha ficção científica sobre a qual pouco sabemos, com forças invisíveis que condicionam os corpos dos intérpretes que vão entrando lentamente em cena, num ambiente potenciado por um som espectral.