Valter Matias estaciona o carro no alto de uma serra, a 20km a norte de Castro Marim, entre as barragens de Beliche e Odeleite. Retira da bagageira um saco cheio de amêndoas em casca, de diferentes formas e feitios, e começa a festa. “Esta aqui é a Coca, que eu gosto muito por ser doce. Vale mais dinheiro. Estava quase em extinção por aqui e por isso andei a recuperá-la. Esta é uma Molar. Chama-se Molar por ser de casca mole, dá para partir com as mãos. Assim, estão a ver? Esta outra, a gente chama-lhe Vergantuda. Não sei porquê. Esta é uma Zé Dias, que já não dá para partir à mão. Tem que ser com os dentes, se eles forem bons. Depois, olhe, está para aqui muita coisa que não faço ideia como se chama. Esta, por exemplo, é um espectáculo. Dá um miolo tão grande que o pessoal acha que é dessas variedades americanas, mas não é. Tenho que ir a Tavira ver se está no catálogo deles.”
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Valter Matias estaciona o carro no alto de uma serra, a 20km a norte de Castro Marim, entre as barragens de Beliche e Odeleite. Retira da bagageira um saco cheio de amêndoas em casca, de diferentes formas e feitios, e começa a festa. “Esta aqui é a Coca, que eu gosto muito por ser doce. Vale mais dinheiro. Estava quase em extinção por aqui e por isso andei a recuperá-la. Esta é uma Molar. Chama-se Molar por ser de casca mole, dá para partir com as mãos. Assim, estão a ver? Esta outra, a gente chama-lhe Vergantuda. Não sei porquê. Esta é uma Zé Dias, que já não dá para partir à mão. Tem que ser com os dentes, se eles forem bons. Depois, olhe, está para aqui muita coisa que não faço ideia como se chama. Esta, por exemplo, é um espectáculo. Dá um miolo tão grande que o pessoal acha que é dessas variedades americanas, mas não é. Tenho que ir a Tavira ver se está no catálogo deles.”