A vida entre a euforia, a depressão e a aceitação. “A doença bipolar está sempre à espreita”

Muitas vezes confundida com oscilações repentinas de humor, a doença bipolar é na verdade uma doença crónica com estados alternados de euforia ou de depressão prolongados no tempo. José, Dora, Delfim e Carla receberam este diagnóstico. Actualmente estão compensados, mantêm um tratamento, e querem mostrar que é possível “ter uma vida completamente normal”.

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José Torres, que tem diagnóstico de doença bipolar, fala abertamente com o objectivo de desmistificar o transtorno Matilde Fieschi

“Para cuidar da minha mãe rebentei completamente comigo, não dormia.” Há 17 anos, José Torres foi diagnosticado com doença bipolar e é com estas palavras que começa por descrever aquele que seria o início de um caminho sinuoso, ora num sofrimento extremo, ora num estado neutro, mas sem nunca chegar à fase da alegria, à euforia. Começa logo por dizer que faz parte do grupo raro de pessoas em que a doença só se manifesta depois dos 50, “geralmente é à volta dos 20 e tal, 30 anos”, explica.