Javier Marías: todo o mal volta

Reflexivo, irónico, satírico e mais pessimista do que nunca, Javier Marías escreveu um dos seus melhores romances.

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A prosa introspectiva, heterodoxa, de Javier Marías Rui Gaudêncio

A vida, que é complexa e ambígua, como se sabe, compõe-se também daquilo que ocultamos aos outros, e que por vezes é muito; é feita da dificuldade, ou mesmo da impossibilidade, de decifrarmos aqueles com quem privamos, incluindo os que nos são mais chegados, pois como escreveu Dickens, “cada coração palpitante é um segredo para o coração mais próximo”. Vem esta ideia a propósito do mais recente livro de Javier Marías (n. 1951), Tomás Nevinson, que não sendo uma sequela do inquietante Berta Isla (Alfaguara, 2018), decorre no mesmo universo nebuloso de segredos conjugais, de dilemas morais e de interrogações, de espiões.

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A vida, que é complexa e ambígua, como se sabe, compõe-se também daquilo que ocultamos aos outros, e que por vezes é muito; é feita da dificuldade, ou mesmo da impossibilidade, de decifrarmos aqueles com quem privamos, incluindo os que nos são mais chegados, pois como escreveu Dickens, “cada coração palpitante é um segredo para o coração mais próximo”. Vem esta ideia a propósito do mais recente livro de Javier Marías (n. 1951), Tomás Nevinson, que não sendo uma sequela do inquietante Berta Isla (Alfaguara, 2018), decorre no mesmo universo nebuloso de segredos conjugais, de dilemas morais e de interrogações, de espiões.