Poeiras do Sara: Sociedade de Pneumologia aconselha asmáticos a reforçar terapêutica SOS

Em causa estão as recentes alterações do ar atmosférico verificado em Portugal devido às poeiras vindas do Sara. A situação de fraca qualidade do ar, para a qual a Agência Portuguesa do Ambiente já tinha alertado, deverá manter-se até quinta-feira.

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Poeiras vindas do deserto do Sara sobre a cidade de Lisboa Rui Gaudêncio

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A Sociedade Portuguesa de Pneumologia aconselhou esta quarta-feira os doentes asmáticos a minimizarem a exposição ao ar livre por causa das poeiras vindas do Sara, cumprir a medicação e, em caso de terapêutica de SOS, reforçar a utilização.

Em comunicado, a Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) diz ainda que, em caso de agravamento das queixas respiratórias com má resposta às terapêuticas, os doentes devem entrar em contacto com os cuidados de saúde (local habitual de seguimento ou a Linha Saúde 24 - 808 24 24 24), acrescenta.

Na nota, a SPP recorda que face às recentes alterações do ar atmosférico verificado em Portugal e dada a potencial influência desse factor na saúde respiratória da população, deve-se minimizar a exposição e o exercício ao ar livre e evitar “a exposição a factores desencadeantes dos sintomas e/ou irritantes brônquicos - pós, fumo de tabaco ou outros, produtos irritantes, alérgenos específicos”.

“Devem-se evitar esforços prolongados, particularmente se actividade física ao ar livre”, acrescenta a SPP.

A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP reforça ainda a importância do controlo da asma e da rinite e da “não existência/aceitação de sintomas persistentes, limitação funcional nem agudizações”, factores que considera “ainda mais determinantes numa altura de maior risco inalatório”.

Por causa da fraca qualidade do ar decorrente da massa de ar proveniente dos desertos do norte de África, que transporta grande quantidade de poeiras em suspensão, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) recomendou na terça-feira à população que evite esforços prolongados e limite actividade física ao ar livre.

A DGS aconselha ainda a evitar exposição a factores de risco, como fumo de tabaco ou contacto com produtos irritantes.

Segundo a DGS, as partículas inaláveis transportadas pela massa de ar têm efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, que sempre que possível devem ficar em casa e com janelas fechadas. O conselho aplica-se, por exemplo, a pessoas com problemas respiratórios crónicos, como asma, e doentes do foro cardiovascular.

A situação de fraca qualidade do ar, para a qual a Agência Portuguesa do Ambiente já tinha alertado, deverá manter-se até quinta-feira.