Na manhã desta terça-feira, o céu de todo o país ganhou um tom alaranjado que já não nos é estranho: as poeiras do Sara estão de volta a Portugal, empurradas pela tempestade Célia.

Se reconstruirmos o seu percurso, começamos no norte de África. Ventos fortes levantam a poeira do deserto do Sara, que pode subir de mil a três mil metros de altitude. A tempestade Célia ajudou a poeira a deslocar-se para o continente europeu.

“Está a ocorrer o transporte de poeiras sobre o território continental devido a um fluxo de sul induzido pela depressão Célia. As poeiras em suspensão, oriundas do norte de África, atingiram a Península Ibérica”, lê-se, em comunicado, no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA explica que nos sítios com maior concentração de poeiras poderão registar-se mudanças na qualidade do ar e impactos para a saúde. Se tiver problemas respiratórios, é aconselhável usar máscara ou ficar em casa.

A Agência Portuguesa do Ambiente também já sublinhou, em comunicado, que é natural que a qualidade do ar piore esta semana, “com elevados níveis de partículas inaláveis devido às nuvens de poeira”. Esta quarta-feira será o dia de maior intensidade do fenómeno.

Segundo a imagem de satélite divulgada pelo IPMA, a concentração de poeira é mais evidente nas regiões Norte e Centro do território continental.

À altitude a que está, só chegará ao solo através da chuva, prevista para hoje e amanhã na região Centro e Sul. Nesse caso, regressará a chamada “chuva de lama”.

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Na manhã de sexta-feira, 18 de Março, o céu deverá voltar ao seu tom habitual.