O protagonista do filme de Asghar Farhadi é um herói?

Um conto sobre a moralidade como poço sem fundo.

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Um Herói é o melhor filme de Asghar Farhadi desde Uma Separação e um retrato poderoso de um labirinto moral que, se desvela algo dos meandros da sociedade iraniana contemporânea, não vale apenas nesse contexto, aplicando-se a todas as culturas em que as noções de “redenção”, “reparação”, “castigo”, “justiça”, façam parte das estruturas que norteiam o relacionamento entre as pessoas. Não será um “conto moral”, mas é um conto sobre a moralidade, descrita como um poço sem fundo mas cheio de ramificações — e se logo nas primeiras cenas vemos a visita do protagonista ao que parece ser uma necrópole em trabalhos de recuperação arqueológica, é preciso que o filme avance para percebermos que tipo de imagem pretendeu Farhadi que esse início gravasse no espírito do espectador.

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Um Herói é o melhor filme de Asghar Farhadi desde Uma Separação e um retrato poderoso de um labirinto moral que, se desvela algo dos meandros da sociedade iraniana contemporânea, não vale apenas nesse contexto, aplicando-se a todas as culturas em que as noções de “redenção”, “reparação”, “castigo”, “justiça”, façam parte das estruturas que norteiam o relacionamento entre as pessoas. Não será um “conto moral”, mas é um conto sobre a moralidade, descrita como um poço sem fundo mas cheio de ramificações — e se logo nas primeiras cenas vemos a visita do protagonista ao que parece ser uma necrópole em trabalhos de recuperação arqueológica, é preciso que o filme avance para percebermos que tipo de imagem pretendeu Farhadi que esse início gravasse no espírito do espectador.