Singela declaração de amor ao Vinhão

Se calhar, o problema não está no vinho, está em quem o consome fora do seu contexto. Por mim, estando no Minho, nunca fujo a um Vinhão. Como dizia o meu sogro, “na terra dos lobos, uiva com eles”

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QUINTA DOS LEOES PRODUTOR DE VINHO VERDE TINTO VINHAO Adriano Miranda

Foi há quase 40 anos, num tempo em que bastava ter o 12.º ano para poder dar aulas. Por sugestão de um amigo, candidatei-me a um pequeno horário na Escola Agrícola de Molares, junto a Celorico de Basto, e fui professor de Geografia durante um ano. No primeiro dia, demorei quase sete horas a chegar. Tive que ir na carreira do Cabanelas desde Alijó até ao Pinhão e seguir depois de comboio pela linha do Douro até Livração, onde apanhei o velho pouca-terra da linha do Tâmega que terminava em Arco de Baúlhe – cerca de 51 quilómetros de dolência e contemplação pastoril. A caminho de Celorico, já depois de Amarante, quase que dava para sair e apanhar o comboio alguns quilómetros mais à frente. Foi a minha primeira viagem a sério pela paisagem minhota.

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Foi há quase 40 anos, num tempo em que bastava ter o 12.º ano para poder dar aulas. Por sugestão de um amigo, candidatei-me a um pequeno horário na Escola Agrícola de Molares, junto a Celorico de Basto, e fui professor de Geografia durante um ano. No primeiro dia, demorei quase sete horas a chegar. Tive que ir na carreira do Cabanelas desde Alijó até ao Pinhão e seguir depois de comboio pela linha do Douro até Livração, onde apanhei o velho pouca-terra da linha do Tâmega que terminava em Arco de Baúlhe – cerca de 51 quilómetros de dolência e contemplação pastoril. A caminho de Celorico, já depois de Amarante, quase que dava para sair e apanhar o comboio alguns quilómetros mais à frente. Foi a minha primeira viagem a sério pela paisagem minhota.