Gil Vicente na barca do humor até ao presente

Cortes de Júpiter recupera a viagem da Infanta D. Beatriz a caminho de Sabóia, enquanto ópera que não quer ser objecto de museu. A 5 e 6 de Fevereiro, o CCB mostra Gil Vicente segundo Ricardo Neves-Neves e Filipe Raposo. Em Outubro aportará em Loulé.

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Rute Soares

Não foi preciso sequer ler antecipadamente o texto. Quando a cravista Jenny Silvestre ligou a Ricardo Neves-Neves para o convidar a transformar numa ópera de hoje Cortes de Júpiter, uma tragicomédia de Gil Vicente com 500 anos a pesar-lhe sobre as palavras, bastou referir personagens como vento, mar, sol e lua para o encenador “entrar a pés juntos” — expressão do próprio. E isto porque se há coisa que cai na fraqueza de Neves-Neves é qualquer alçapão que lhe permita perder rapidamente o contacto com a mais cinzenta e enfastiante realidade. Todo o escape fantasista é, por isso, bem-vindo.

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Não foi preciso sequer ler antecipadamente o texto. Quando a cravista Jenny Silvestre ligou a Ricardo Neves-Neves para o convidar a transformar numa ópera de hoje Cortes de Júpiter, uma tragicomédia de Gil Vicente com 500 anos a pesar-lhe sobre as palavras, bastou referir personagens como vento, mar, sol e lua para o encenador “entrar a pés juntos” — expressão do próprio. E isto porque se há coisa que cai na fraqueza de Neves-Neves é qualquer alçapão que lhe permita perder rapidamente o contacto com a mais cinzenta e enfastiante realidade. Todo o escape fantasista é, por isso, bem-vindo.